Há 70 anos nascia uma pessoa que vale um filme de Hollywood. Falo de alguém que era filho de um fabricante de frigorificos, que fez fortuna nessa área, esteve no exército britânico e que certo dia, falhou o paraquedas ao saltar do seu avião. Que quando acabou a tropa, decidiu continuar a perseguir por adrenalina e a conselho do seu amigo e vizinho Derek Bell, resolveu que o automobilismo era um excelente substituto. Pegou no dinheiro do pai e comprou carros, andando pela Formula 3 e Formula 5000, até chegar à Formula 1 num March que tinha comprado, no mesmo dia em que James Hunt se estreava na categoria máxima do automobilismo.
Tudo corria normalmente até ao dia 29 de julho de 1973, numa localidade costeira da Holanda chamada Zandvoort.
A história é conhecida. O exemplo que deu contrastou com a crueldade da cena, que o mundo inteiro via nas televisões. Os equivocos da organização foram inversamente proporcionais à indignação que resultou, alguns afirmando exageradamente que eles tinham deixado morrer o piloto que estava debaixo daquele carro, capotado e a arder.
Quem conhece a história, sabem do que falo. O herói que tentou inutilmente salvar o outro piloto era David Purley, que faria hoje 70 anos de idade. O "mártir" era Roger Williamson, que era considerado uma das maiores esperanças do automobilismo britânico, três vezes vencedor do campeonato britânico de Formula 3.
Foi Zandvoort que todos passaram a conhecer David Purley. Foi agraciado com a George Medal pela sua atitude naquela tarde holandesa, e deixou a Formula 1 por uns tempos, para vencer o campeonato de Formula 5000 na Grã-Bretanha. Quatro anos mais tarde, decidiu voltar à categoria máxima do automobilismo, construindo o seu próprio chassis, o LEC. Pediu a ajuda a Mike Pilbeam, que tinha desenhado os derradeiros BRM, e com a ajuda de Mike Earle, que doze anos depois, ajudou a fundar a Onyx, fez alguns feitos antes de, num treino em Silverstone, aparecer de novo nas noticias.
Pelas piores razões.
Purley tentava qualificar o seu LEC para um lugar na grelha, que mais parecia uma "dança nas cadeiras", pois nesse final de semana, estreavam-se, entre outros, o Renault Turbo de Jean-Pierre Jabouille e o terceiro McLaren oficial, oferecido a um jovem canadiano chamado Gilles Villeneuve. Purley bateu forte na curva Club, depois do seu acelerador ter ficado preso. Sofreu uma desaceleração de 179,6 G's, e várias fraturas nas costelas, fémur e tornozelos. Muitos temiam pela sua vida, mas recuperou. ainda correu na Formula Aurora, mas não mais na Formula 1.
Mas Purley nunca deixou de procurar por adrenalina. Voltou a um velho amor, a aviação (tirou o brevet aos 15 anos!), e tornou-se acrobata, sempre arriscando por mais e melhor. Até que um dia, a 2 de julho de 1985, exagerou com o seu avião e caiu ao mar, sem que nunca conseguissem recuperar o seu corpo. Mas hoje em dia, todos se lembram dele, da sua equipa, e daquela tarde de verão holandês. E quem sabe, um dia, o veremos num ecrã de cinema próximo de nós...
Mas Purley nunca deixou de procurar por adrenalina. Voltou a um velho amor, a aviação (tirou o brevet aos 15 anos!), e tornou-se acrobata, sempre arriscando por mais e melhor. Até que um dia, a 2 de julho de 1985, exagerou com o seu avião e caiu ao mar, sem que nunca conseguissem recuperar o seu corpo. Mas hoje em dia, todos se lembram dele, da sua equipa, e daquela tarde de verão holandês. E quem sabe, um dia, o veremos num ecrã de cinema próximo de nós...
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