A ideia inicial era de que isto iria ser o último post de 2014. Contudo, acabei por ficar fora de casa por dois dias, e os festejos me impediram de acabar este artigo ainda em 2014. Portanto, com o 2015 a começar, vou tentar fazer um resumo do ano... após o Ano Novo.
Começo por dizer que teve o seu interesse em algumas coisas, mas houve frustrações noutros lados. Se escrevi no Facebook o meu ano pessoal, falo aqui sobre o ano automobilistico. Houve coisas que mostraram uma absoluta normalidade, tão "normal" que até aborreceu, mas por outro lado, houve sinais de que poderia haver um futuro mais radioso para o automobilismo.
A Formula 1 vive tempos conturbados. Se por um lado, em termos de pista, a Mercedes dominou tudo, levando a competição até à última, em Abu Dhabi, essa corrida foi particularmente um duelo a dois entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Apesar de Daniel Ricciardo ser a grande surpresa, vencendo três corridas e ficando com o terceiro lugar final, a sua luta pelo titulo acabou em Austin, duas corridas antes de Abu Dhabi, o que mostrou o que foi o domínio das máquinas de Brackley em 2014.
Se o ano também ficou marcado pelo regresso da Williams, também ficou marcado pela politiquice e pelas manobras de bastidores, com Bernie Ecclestone e o Grupo de Estratégia. Ecclestone, como sabem, foi julgado pela justiça alemã, mas o julgamento terminou em setembro quando Ecclestone pagou cem milhões de dólares para que ele não fosse condenado à prisão. Quanto ao Grupo de Estratégia, as atitudes das cinco ou seis equipas que as compõem, colocando as outras quatro equipas de lado, abandonando-as à sua sorte, demonstrou a pior face da Formula 1 atual, do qual as falências da Caterham e da Marussia foram o melhor exemplo, reduzindo o pelotão a 18 carros.
E foi por isso que se discutiu durante algum tempo sobre a possibilidade de um terceiro carro para a temporada de 2015. As discussões andaram presentes durante semanas, e apesar dos apoios do Bernie Ecclestone, os regulamentos fizeram com que tal coisa não tenha acontecido. Por agora.
Contudo, o ano de 2014 mostrou que houve luta para que se modificasse o "statu quo", especialmente da parte das equipas do meio do pelotão, nomeadamente a Force India, Lotus e Sauber. Eles queriam acima de tudo, um teto orçamental nos gastos por parte das equipas, no sentido de as aguentar e de terrem mais hipóteses de sobrevivência, face ao aumento cada vez maior em termos de custos.
Mas também foi o ano da história da pontuação a dobrar na última corrida e a história do barulho dos motores. A experiência de Abu Dhabi nada acrescentou nem teve nada de dramático, e no final, foi descartada, mas a história do barulho do motor V6 Turbo andou presente ao longo do ano. Tanto que Ecclestone, que sempre usou o tema como arma de arremesso a Jean Todt, tentou fazer com que modificasse já em 2015, colocando de volta os V8. Mas no final, todas as equipas com motores - incluindo a novata Honda - irão evolui-las, graças a um vazio nos regulamentos, do qual a FIA já admitiu a sua existência. Os V6 Turbo, menos barulhentos mas bem mais eficazes do que os antigos, terão mais algum tempo de existência.
O ano de 2014 assistiu ao anuncio de algumas novidades, numa Formula 1 cada vez mais jovem, com as chegadas de Max Verstappen e de Carlos Sainz Jr. O primeiro será o piloto mais novo de sempre a guiar um Formula 1, e o vai fazer aos 17 anos de idade, o primeiro menor a fazer isso. É certo que é o filho de Jos Verstappen e têm uma excelente carreira nos monolugares, especialmente na Formula 3, mas é por causa disso que a FIA decidiu modificar a lei no sentido de atribuir a Super-Licença a partir dos 21 anos de idade, para evitar que os recordes de precocidade continuem constantemente a cair, indo para niveis cada vez mais perigosos. Em ambos, eles chegam à Formula 1 pelas mãos da Red Bull.
E a temporada de 2014 ficou marcada por dois graves acidentes. Apesar do que aconteceu a Michael Schumacher ser algo que aconteceu ainda em 2013 e foi as encostas de uma estância alpina, mas o que aconteceu a Jules Bianchi, a 5 de outubro, no circuito de Suzuka, mostrou que o automobilismo continua a ser perigoso, apesar de todos os avanços na segurança. A maneira como aquele trator ficou exposto aos carros, quando andou na escapatória para rebocar o Sauber de Adrian Sutil, demonstrou que certos procedimentos terão de ser modificados e lançou o debate sobre a segurança dos bólidos, embora os mais criticos digam que foi muito barulho para nada. Schumacher e Bianchi sobrevivem, mas o seu futuro é bem incerto. E no caso deste último, a ideia de que poderá ser uma morte ao retardador, não pode ser descartada.
No final, despedimo-nos de lendas do automobilismo, como Jack Brabham, e personalidades que marcaram a Formula 1 pela infâmia, como Nigel Stephney. Também dizemos adeus às avbenturas da Marussia e provavelmente, da Caterham, e eventualmente teremos o "coração nas mãos" em relação às sortes de equipas como a Lotus e a Sauber, pois em relação à Haas, somente em 2016 é que saberemos como vai ser essa aventura.
Sobre as outras modalidades, amanhã falarei sobre elas.
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