O aniversário foi ontem e nem é um numero redondo, mas vale recordar o que ele foi e o que valeu na sua curta e infelizmente trágica carreira. Ontem, Roger Williamson teria feito 67 anos e grande parte das coisas que fez na sua carreira deve-se ao homem com quem fala nesta foto: Tom Wheatcroft.
A história de ambos começa em 1971, depois de um GP do Mónaco de Formula 3, onde ele fica impressionado com a sua capacidade de pilotagem. Wheatcroft era um "self-made man" com uma paixão pelo automobilismo, e por essa altura, têm uma obsessão: recuperar o circuito de Donington Park, palco de corridas nos anos 30 e que tinha virado um depósito de carros para o Exército na II Guerra Mundial. Na altura, a Formula 3 na Grã-Bretanha tinha três campeonatos, todos patrocinados por gasolineiras, e todos os pilotos guiavam nelas, para obterem a maior quantidade de experiência possivel.
Em grelhas cheias e perante adversários que mais tarde andariam na categoria máxima do automobilismo - James Hunt, Jody Scheckter, Tom Pryce, Tony Brise eram alguns deles - Williamson conseguiu impressionar toda a gente. Venceu um campeonato em 1971 e mais dois em 1972, tornando-se num dos melhores pilotos do pelotão e entrando na historia da Formula 3 britânica como o piloto com mais títulos, a par de Dave Walker e Jim Russell, que mais tarde fundou uma escola de pilotagem.
Em 1973, Wheatcroft e Williamson quiseram dar o passo seguinte. Primeiro, em março, quando fez um teste com a BRM, que os impressionou, mas o seu amigo aconselhou a não aceitar o convite que entretanto lhe tinha sido dado. A razão era simples: ele queria-o ver num carro com motor Cosworth. Dias depois, o mesmo convite foi entregue a um jovem austríaco, de seu nome Niki Lauda, que o aceitou.
A meio do ano, depois de ter vencido uma corrida de Formula 2 em Monza, nova oportunidade é dada, desta vez, para pilotar um March. Williamson iria correr no lugar de Jean-Pierre Jarier, que queria vencer o campeonato europeu de Formula 2, e a ideia era de ficar no resto da temporada. E após isso, os planos eram ambiciosos: Wheatcroft queria comprar um McLaren M23 para a temporada de 1974, para o ajudar a consolidar a sua carreira.
Como podem ver, a relação de Wheatcroft com Williamson era de pai para filho, semelhante a que Jackie Stewart tinha com Ken Tyrrell. Provavelmente as ideias seriam essas, mas não houve tempo para mais.Essa foi a grande tragédia que Wheatcroft carregou até ao final dos seus dias, em 2009. Ele sempre disse que o dia 29 de julho de 1973 foi o dia mais triste da sua vida, e que depois disso, perdeu o interesse na competição. Mas não em Donington Park, que o recuperou para o automobilismo e construiu um museu.
Lá, no museu, há um canto com os troféus e o capacete dele, e nos seus jardins, uma estátua em tamanho real, descerrada por Wheatcroft e a irmã de Roger em 2003, trinta anos depois daquela tarde de Zandvoort.
Saudações de São Paulo, Brasil!
ResponderEliminarTive o imenso prazer de conhecer esse museu ano passado. Estive lá por duas vezes. Lendo seu texto, tais lembranças vieram a tona... boas e emocionantes.
A propósito do museu, além de diversos carros e outros materiais do piloto, existe farta amostragem de carros dos anos 30 aos mais atuais, alem de galeria exclusiva para Williams, McLaren, carros da BRM, enfim, para petrolovers, um verdadeiro parque de diversões.
Me emocionei muito pois lá existem alguns exemplares utilizados pelo Ayrton Senna, entre eles o carro utilizado do GP da Europa de 1993 e o modelo utilizado na temporada 1990, do segundo titulo mundial, o meu preferido.
Quem puder visitar, o acesso ao autódromo é facil, pode ser por carro ou trem + onibus e a entrada custa miseras dez libras.
Se desejar tenho vasta coleção de fotos e terei o enorme prazer de compartilhar com todos.
Abraços,
Eduardo
São Paulo/SP