Continuando a saga sobre os patrocinadores e as marcas que mais deixaram impressão junto dos fãs na Formula 1, eis a segunda parte das dezasseis pinturas que ficaram na memória dos fãs da categoria máxima do automobilismo.
9 - Parmalat (1978-1984, 1995-2000)
A fábrica de laticínios Parmalat apareceu no final dos anos 60, mas o seu envolvimento na Formula 1 data de 1975, quando se tornou patrocinador pessoal de Niki Lauda, estando ele na Ferrari. Em 1978, quando o austriaco se transferiu para a Brabham, o patrocinador veio junto, e lá ficou mesmo depois de ele se retirar subitamente, no final de 1979.
Com Lauda, sucedeu Nelson Piquet, e havia também um patrocinador associado, a marca de sumos Santal. Ambos andaram juntos até 1984, altura em que Piquet - temendo que tivesse o estreante Ayrton Senna como seu companheiro de equipa - pediu ao patrocinador para impor um piloto italiano a Bernie Ecclestone, o que aconteceu, na figura dos irmãos Fabi - Teo e Corrado.
Após isso, a Parmalat só voltou à Formula 1 uma década mais tarde, graças a outro piloto brasileiro: Pedro Paulo Diniz. Com o pai Abílio como um dos representantes da marca em terras brasileiras, ele foi o seu patrocinador pessoal nas passagens pela Forti, Ligier, Arrows e Sauber, acabando a sua presença quando Diniz se foi embora de vez da Formula 1.
A história da Essex vale um filme, por si só. Pertença de David Thiemme, um americano que lucrou com as crises do petróleo, em conjunção com o banco Credit Suisse, Thiemme interessou-se pela Formula 1 em meados de 1979, quando decidiu patrocinar a Lotus, impressionando Colin Chapman. O seu chapéu, os seus óculos e o chapéu andaluz - que escondia uma grande careca - impressionou o fundador da Lotus, bem como a sua desfaçatez - chegou a gabar-se ter ganho 70 milhões de dólares com a segunda crise petrolífera, causada pela queda do Xá do Irão.
Em 1980, só a apresentação do modelo 81, no Royal Albert Hall de Londres, custou a módica quantia de um milhão de dólares, numa altura em que patrocinar uma equipa de ponta valia.., cinco milhões. Mas todo esse dinheiro tinha causado desconfianças. A meio desse ano, Thiemme era detido pelas autoridades tributárias suíças, acusado de evasão fiscal. Apesar de não ter havido caso, o negócio de Thiemme cedo se foi por água abaixo, e em meados de 1981, desaparecia dos flancos da Lotus para não mais voltar.
Conhecida pelas suas decorações garridas e originais, a Benetton é uma marca de moda do norte de Itália, mais concretamente na região de Treviso. Fundada por um grupo de irmãos, cujo cabeça de cartaz era Luciano Benetton, começou a aparecer em cena em 1983, quando patrocinou a Tyrrell, ao lado de Michele Alboreto. No ano seguinte, passou para a Alfa Romeo, onde ficou até a equipa de Varese sair de cena, em 1985.
Nesse ano, a equipa decidiu adquirir a Toleman, onde colocou o seu logotipo nos chassis da equipa. com Teo Fabi - e depois Piercarlo Ghinzani - conseguiu uma pole-position, antes de mudar de nome para Benetton. Ali ficou durante dezasseis anos, onde conseguiu dois títulos mundiais de pilotos, com Michael Schumacher, e um mundial de Construtores, em 1995. Depois disso, começou a decadência, onde venceu apenas uma corrida em 1997, nas mãos de Gerhard Berger. Curiosamente, onze anos antes, o piloto austríaco foi o primeiro vencedor para a marca italiana.
Em 2002, com Giancarlo Fisichella e Jenson Button ao volante, a Renault adquiriu a equipa, que colocou o seu nome a partir de 2003. Hoje em dia, é a... Lotus.
12 - Camel (1987-1993)
Depois de a Imperial Tobbaco ter saído da Lotus, no final de 1986, outra marca, a americana R.J. Reynolds, apareceu no seu lugar. Decidiu publicitar a marca Camel e dar dinheiro da mesma forma que dava a Marlboro, apoiando pilotos e equipas, mas a primeira grande patrocinadora foi a Lotus, que na altura tinha conseguido um contrato com a Honda. Ayrton Senna e o japonês Satoru Nakajima eram os pilotos escolhidos, e a marca ficou na equipa numa altura em que acusava o seu declínio, abandonando a equipa no final de 1990, quando esta andava com os potentes - mas ineficientes - motores Lamborghini.
Pelo meio, apostou em várias equipas do meio do pelotão, como a Tyrrell e a Williams, onde esteve nos flancos da marca de Grove quando conseguiu as vitórias nos campeonatos de pilotos e construtores de 1992 e 1993, em carros guiados por Nigel Mansell, Damon Hill, Riccardo Patrese e Alain Prost.
Durou apenas um ano, mas esteve tempo suficiente para causar impacto numa equipa novata na Formula 1, a Jordan. Eddie Jordan tinha uma equipa bem sucedida na Formula 3000, onde passaram pilotos como Jean Alesi, Martin Donnelly e Johnny Herbert. Mas em 1990, queria dar o salto para a Formula 1. Arranjou o projetista Gary Anderson, e com o seu poder persuasor, foi à partida de patrocinadores para a sua primeira temporada, arranjando a da Pepsi Co, que decidiu promover a marca 7Up nos seus carros, para além da Fuji Film, ambos tinham patrocinadores verdes como pano de fundo.
Com esses patrocinadores, um bom chassis e um bom motor - o Ford HB - e com dois pilotos do fundo da tabela - mas experientes - o italiano Andrea de Cesaris e o belga Bertrand Gachot, conseguiram onze pontos e uma volta mais rápida, antes dos acontecimentos do GP da Bélgica abalarem a simpática equipa de origem irlandesa. Gachot tinha sido preso na Grã-Bretanha, e o seu substituto era um jovem alemão chamado Michael Schumacher, deu tanto nas vistas que Flávio Briatore, no seu Benetton, o atraiu para a sua equipa na corrida seguinte, em troca com Roberto Moreno. Ainda no final do ano, os carros verdes foram o local de estreia de outro piloto italiano, Alessandro Zanardi.
Apesar do patrocínio ter durado apenas um ano, ficou na mente de muita gente e ainda é considerado como uma das pinturas icónicas da equipa de Eddie Jordan. Mas não a única.
14 - Benson and Hedges (1996-2003)
Depois da 7Up, Jordan andou à procura de outros patrocinadores que pudessem assegurar o orçamento da equipa. Apenas em 1996, cinco anos depois da icónica 7Up é que Jordan conseguiu o apoio da marca de cigarros britânica Benson and Hedges. A marca transformou os seus carros em bólidos amarelos, facilmente identificáveis entre os fãs, embora na primeira temporada, com Martin Brundle e Rubens Barrichello, eles eram dourados.
A sua maior hora foi nas temporadas de 1998 e 1999, com os alemães Ralf Schumacher e Heinz-Harld Frentzen, bem como o britânico Damon Hill, onde alcançaram três vitórias e quase deu a Frentzen uma chance inaudita de vencer um título mundial, depois de ter vencido em Magny-Cours e Monza. Mas um ano antes, na chuva de Spa-Francochamps e depois de uma carambola memorável, onde treze carros foram eliminados na primeira curva, Hill e Schumacher deram a Jordan uma inesquecível dobradinha à chuva.
Os carros continuaram a ser amarelos até 2005, altura em que Jordan vendeu a sua equipa, mas a Benson and Hedges tinha saido de cena dois anos antes, quando Giancarlo Fisichella deu à equipa a sua quarta e última vitória da carreira, tembém em circunstâncias excepcionais, em Interlagos.
15 - West (1985-1990, 1996-2005)
A marca de cigarros West é associada à McLaren nos tempos em que dominou o campeonato com Mika Hakkinen, David Coulthard e Kimi Raikkonen, mas na realidade, a sua presença no automobilismo começou uma década antes, ao serviço da alemã Zakspeed.
Com a equipa alemã, ficou durante cinco temporadas, onde não conseguiu mais do que dois pontos no GP de San Marino de 1987, às mãos de Martin Brundle. Depois de uma temporada desastrosa com a Yamaha, em 1989, a equipa - e o patrocinador - sairam de cena, para voltar em 1997 nas mãos da McLaren, que tinha motores Mercedes.
Nesse ano, a equipa ainda penava com a falta de vitorias - desde 1993 que não conseguiam nada - mas logo na primeira corrida desse ano, David Coulthard teve uma vitória inesperada, e era o inicio de uma saga vitoriosa na McLaren, que graças aos carros desenhados por Adrian Newey, deu dois títulos mundiais a Mika Hakkinen, em 1998 e 1999, para além de um título de construtores. A parceria vitoriosa - e que ajudou a identificar os McLaren com carros de cor prata - iria continuar até bem dentro da década seguinte, com muitas vitórias mas sem títulos mundiais.
Com a equipa alemã, ficou durante cinco temporadas, onde não conseguiu mais do que dois pontos no GP de San Marino de 1987, às mãos de Martin Brundle. Depois de uma temporada desastrosa com a Yamaha, em 1989, a equipa - e o patrocinador - sairam de cena, para voltar em 1997 nas mãos da McLaren, que tinha motores Mercedes.
Nesse ano, a equipa ainda penava com a falta de vitorias - desde 1993 que não conseguiam nada - mas logo na primeira corrida desse ano, David Coulthard teve uma vitória inesperada, e era o inicio de uma saga vitoriosa na McLaren, que graças aos carros desenhados por Adrian Newey, deu dois títulos mundiais a Mika Hakkinen, em 1998 e 1999, para além de um título de construtores. A parceria vitoriosa - e que ajudou a identificar os McLaren com carros de cor prata - iria continuar até bem dentro da década seguinte, com muitas vitórias mas sem títulos mundiais.
A aventura da Red Bull começa muito antes de terem a sua própria equipa. Em 1995, a marca de Dietrich Mateschitz decidiu apostar na Sauber, sendo o seu patrocinador principal durante oito anos, com resultados relativamente modestos. Pelo meio, começou também a patrocinar pilotos, sendo o mais famoso o brasileiro Enrique Bernoldi, que foi na temporada de 2001 para a Arrows. Por essa altura, Mateschitz tentou comprar a equipa de Hinwill, mas Peter Sauber não aceitou.
Assim sendo, no final de 2004, aproveitaram a ocasião em que a Jaguar iria vender a sua equipa, desiludida com os resultados até então alcançados. Adquirida e mudada de nome, penou nas cinco primeiras temporadas, com pilotos como Christian Klien, Vitantonio Liuzzi e David Coulthard, até 2009, altura em que uma mudança de regulamentos os beneficiou, e graças ao jovem alemão Sebastian Vettel e o australiano Mark Webber, conquistaram quatro títulos de pilotos e outros tantos de construtores, entre 2010 e 2013.
Apesar das más atuações em 2014, a equipa mantêm-se de pedra e cal na Formula 1, apesar da sua presença em bastantes outras categorias, desde os ralis (é o patrocinador principal da Volkswagen) até aos V8 australianos.
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