Ayrton Senna, no Estoril, no dia de apresentação do Williams FW16, em fevereiro de 1994. Dezenas de fotógrafos a tirar fotos dele sozinho - como esta foto do Mark Sutton, da Sutton Images - ou juntamente com Damon Hill ou junto do carro. Todas as esperanças daquela temporada estavam ali, pois era o melhor carro do pelotão e tinha dado nos dois anos antes, títulos a Nigel Mansell e a Alain Prost.
Também era a primeira vez que, desde 1988, que Senna era visto noutro carro que não um McLaren. Tinha sido uma era que fechava, com três títulos mundiais e as melhores máquinas que conseguiu guiar. E ainda por cima, no ano anterior, mesmo com um carro inferior que era o McLaren-Cosworth, com motor cliente (a Benetton era prioritária), ele tinha vencido cinco corridas e sido vice-campeão do mundo. Em contraste, Michael Schumacher tinha apenas vencido uma corrida nessa temporada, com o motor oficial e com as melhores evoluções de fábrica. Para verem o que ele conseguia fazer com um carro ligeiramente inferior.
Assim sendo, as esperanças eram altas, muito altas. Os brasileiros deliravam, pensando que o quarto título mundial era uma questão de tempo. Se calhar, alguns pensavam que iriam ter um duplo "tetra": a do futebol com a do Senna. Era legitimo pensar nisso.
Só que não contavam com algumas coisas: os novos regulamentos, que tinham banido coisas como suspensão ativa, controle de tração, entre outros, e o Benetton de Michael Schumacher, que explodiu na época, de forma tão surpreendente que se falava que eles teriam eletrónica ilegal. Hoje em dia, sabemos que eles tinham, embora estava tão dissimulado que a FIA não fez mais do que multá-los. E o resto da história é conhecida, com tudo a terminar naquele ameno domingo de primavera.
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