Jim Clark em esforço, algures em 1963, com o modelo 25 da Lotus. Caso estivesse vivo, Jim Clark faria hoje 79 anos de idade. Quarenta e seis anos depois da sua morte, o piloto escocês ainda é considerado como um dos melhores de sempre, a par de Juan Manuel Fangio, Jackie Stewart, Ayrton Senna e Michael Schumacher. Para não falar de Tazio Nuvolari.
Clark, timido por natureza, sempre afirmou que era fazendeiro, sempre foi fiel à Lotus e a Colin Chapman. Foram raras as vezes que correu por outra marca ao longo da sua carreira, e na Formula 1, sempre correu pela marca oficial. Pouca gente sabe disto, mas para além das 25 vitórias oficiais, ainda teve mais 19 vitórias em corridas extra-campeonato, entre os quais no GP da Africa do Sul de 1961, o GP do México de 1962 e o GP de Espanha de 1967, tudo provas de ensaio antes de serem recebidos no calendário oficial.
E se todos conhecem os feitos dele nas 500 Milhas de Indianápolis, onde foi o vencedor em 1965, ou na Tasman Series, onde foi tricampeão em 1965, 67 e 68, mas pouca gente sabe que ele participou em três edições das 24 Horas de Le Mans, e essas foram as raras vezes em que participou por outra equipa. Em 1960, ao serviço da Aston Martin, alinhou com Roy Salvadori e alcançou o terceiro lugar na corrida, antes de desistir na edição do ano seguinte, onde alinhou com Ron Flockhart. Clark nunca gostou de correr em La Sarthe, e o desinteresse da Lotus nessa competição impediu de conseguir mais e melhor por lá.
O seu estilo de condução, suave e consistente, era caso de admiração por muita gente, incluindo um conterrâneo seu, Jackie Stewart. Sobre ele, o tricampeão escocês disse certo dia: "Tinha [um estilo de condução] tão suave, tão limpo. Nunca lutou contra os carros que guiava, amansava-o para que ele fizesse como ele queria".
Apesar de ter vivido um tempo onde as transmissões televisivas eram escassas, todos os que o viram correr disseram que foi o melhor da sua geração. Mas para ele, que corria por obrigação, mais por gozo, nunca entendeu bem como é que ele poderia ser mais veloz do que os outros. E se calhar esse deverá ter sido o seu segredo para o sucesso: nunca guiou pensando que poderia ser o melhor.
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