Depois do habitual defeso, das polémicas com os chassis, com os acidentes e com as finanças das equipas, pontuadas aqui e ali pelo milagre da ressurreição da Manor-Marussia, a Formula 1 voltava ao normal em Melbourne, tal como começou: o domínio das Mercedes e a polémica sobre os dinheiros. Neste caso, a Sauber, com um piloto a reclamar os seus direitos no contrato, superados por dois pilotos pagantes. As coisas estiveram más - chegou-se a falar em detenção por parte da sua patroa, Monisha Kalternborn - mas o bom senso prevaleceu, com ambas as partes a declararem tréguas e a Sauber a poder alinhar.
Contudo, a grande dúvida deste domingo era inesperada: qual seria a forma física de Valtteri Bottas? No final da qualificação, o finlandês queixava-se das costas, e no final, foi para o hospital no sentido de fazer exames físicos e passar a noite em repouso, descobriu-se que se tinha lesionado nos tecidos moles das costas. Ainda tinha de passar por um exame da FIA, mas à medida que as horas se aproximavam, e escasseavam as noticias sobre a sua condição, parecia que o finlandês ria ser a primeira baixa da corrida.
Mas quando a FIA confirmou que Bottas não alinharia, parecia que a treta tinha sido lançada na pista. A meia hora do inicio, o McLaren de Kevin Magnussen sofreu com a explosão do seu motor, e pouco depois, o Red Bull de Daniil Kvyat parava na pista por causa de um problema na caixa de velocidades. Em suma, iriamos ver 15 carros à partida do Grande Prémio. Tudo isto depois de vermos a "exposição" durante o fim de semana dos carros da Manor e a humilhação de vermos os carros da McLaren-Honda na última fila da grelha... provavelmente a primeira de algumas em 2015.
Debaixo de sol e céu azul, a temporada começava com aquilo que tínhamos terminado no ano passado: o dominio da Mercedes. E na partida, eles decidiram ir embora. Nas no meio, a confusão: o Ferrari de Kimi Raikkonen sai mal da curva, e Felipe Nasr tocou nele. Depois, o piloto da Sauber tocou no Lotus de Pastor Maldonado, que acabou no muro. Resultado final: a primeira entrada do Safety Car em 2015.
Logo a seguir, a Lotus decidiu tirar Romain Grosjean da corrida, e agora eram 13 os carros presentes. A corrida regressou na quarta volta com Felipe Nasr a subir para o quinto posto. No passar das voltas, os Mercedes iam embora e as coisas andaram calmas até mais ou menos pelo meio da corrida, quando aconteceram as paragens nas boxes. A coisa interessante aconteceu na volta 25, quando Sebastian Vettel conseguiu passar nas boxes o Williams de Felipe Massa para o lugar mais baixo do pódio. Na volta seguinte foi a vez dos Mercedes, primeiro Hamilton, depois Rosberg, mas não houve mudanças.
Com o passar da corrida, as grandes novidades aconteceram com os Toro Rosso, com Max Verstappen a andar no sexto posto antes de ter tido problemas de motor e desistir, enquanto que Carlos Sainz Jr teve uma paragens de pneus desastrada e caiu para o fim do pelotão, começando depois a tentar passar os carros que estavam na sua frente. Mas a fragilidade dos carros demonstrava-se quando a corrida se aproximava do fim, com Kimi Raikkonen a desistir na volta 42, porque o pneu traseiro esquerdo não ficou devidamente preso. E por causa disso, estavam apenas onze carros na pista.
E na frente, nada de novo: apesar de rodarem juntos, Hamilton controlava Rosberg e foi assim até à bandeira de xadrez, mostrando o seu dominio face à concorrência. Sebastian Vettel estreava-se na Ferrari com um pódio, na frente de Felipe Massa, e Felipe Nasr estreou-se na Formula 1 com um quinto lugar, o que complementado com o oitavo lugar de Marcus Ericsson, dava 14 pontos à Sauber! Nada mau, para quem ficou a zeros em 2014... e a pontuação de Ericsson é a primeira de um piloto sueco em 25 anos.
Em suma, a grande diferença para 2014 é que as coisas em Melbourne tiveram algum elemento de farsa. E curiosamente, aconteceram quando Bernie Ecclestone não esteve no paddock. Será assim o futuro próximo da Formula 1?
Tenho quase a certesa que "rogaram uma macumba" no GP de Melbourne porque deu praticamente tudo errado na abertura do campeonato.
ResponderEliminarA parceria entre McLaren e Honda teve um início terrível. Não acredito que os Japoneses desaprenderam de fazer motores, mesmo que estes sejam powerunits híbridas. Algo de muito errado se passa em Woking!
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