Riccardo Patrese, no fim de semana do GP do Mónaco de 1982, numa foto tirada por Paul-Henri Cahier. Aquele foi um fim de semana de loucos, com o piloto a aproveitar da melhor forma o carro que tinha, numa altura de transição para a Brabham, dos motores Cosworth V8 para os Turbo da BMW, de quatro cilindros em linha.
Nesse anos de 1982, a equipa vivia o rescaldo do título de pilotos alcançado por Nelson Piquet. Nessa altura, Bernie Ecclestone, que tinha sido contra os motores turbo, rendeu-se a eles e tinha assinado em meados de 1980 um acordo com a alemã BMW para colocar a sua unidade de quatro cilindros em linha. Quando começou a temporada, as quebras recorrentes fizeram com que Piquet sofresse e Ecclestone ter decidido que iria voltar aos Cosworth. A BMW ameaçou abandonar se fizesse isso, e chegou-se a um plano de compromisso: Piquet ficava com os Turbo e Patrese com o aspirado.
Assim, Patrese voltou ao BT49 e "prolongou" a vida dele depois de duas temporadas de bons serviços. Decidiu usar por cinco corridas, e os resultados foram ótimos: em Long Beach, aproveitou a desclassificação de Gilles Villeneuve para ficar com o terceiro lugar. Mas na corrida anterior, não resistiu às altas temperaturas do Rio de Janeiro e saiu do carro exausto.
A história do Mónaco foi uma sorte tremenda, mas só soube que tinha vencido depois de cruzar a meta. Pensava que tinha perdido a chance quando se despistou no gancho do hotel Loews, na última volta, por causa da garoa que caia nesse momento. Que contou o que se passou foi Didier Pironi, que cruzou com ele na entrada do túnel e contou o que se passava. Incrédulo, caminhou ao pódio para receber o troféu nas mãos do Principe Ranier. E para ele, era uma vitória merecida, precisamente cinco anos depois de se ter estreado no mesmo circuito, ao volante de uma Shadow.
Hoje é o seu 61º aniversário natalicio. O piloto de Pádua teve uma carreira enormemente longa, com 17 temporadas. Guiou pela Shadow, foi ter com a Arrows, acompanhando os dissidentes da equipa anterior, no final de 1977, depois foi para a Brabham, Alfa Romeo (deu o último pódio para a marca de Varese), voltou à Brabham, foi para a Williams, conseguindo os seus melhores resultados e acabando com um jejum de vitórias que durou sete anos, e por fim, terminou na Benetton. Correu ao lado de campeões do mundo, e provavelmente tornou-se num modelo de segundo piloto: veloz, vencedor, mas sem capacidade para ser campeão.
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