As noticias sobre as mais recentes asneiradas de Bernie Ecclestone, nomeadamente a de uma Formula 1 feminina, deram a volta ao mundo e deram azo às habituais opiniões, muitas delas afirmando que é um disparate completo. Não porque elas sejam capazes de guiar, mas porque elas querem competir de igual modo com os homens.
Mas nada nos impede de fazermos este exercício de uma competição automobilística exclusivamente feminina, onde haja vinte pilotos um pouco por todo o mundo que compitam em máquinas de 800 cavalos e que tentem a sua sorte para serem campeãs do mundo num campeonato com dezasseis provas espalhadas um pouco pelo planeta. Vinte mulheres-piloto deverão haver algures no planeta, com carreiras mais ou menos estabelecidas em várias competições. E provavelmente umas seriam bem melhores do que outras.
Assim sendo, comecei a fazer uma seleção de vinte possíveis pilotos numa hipotética série feminina, com algumas escolhas óbvias e outras... nem tanto. Mas depois de uma pesquisa com base em critérios como os da atualidade (ou seja, se correram em monolugares na temporada anterior) ou então a novidade, (à partida, teria de excluir os que começavam nesta temporada nos monolugares) cheguei à conclusão que, mesmo de forma rebuscada, não consigo encontrar mulheres-piloto que chegue para garantir uma competição que tenha qualidade suficiente para garantir a atenção dos homens e que as respeitem o suficiente para que elas sejam levadas a sério.
A escocesa, terceira piloto da Williams, e nascida a 6 de dezembro de 1982 (têm 32 anos) começou a sua carreira como Susie Stoddart, em 2001, na Formula Renault britânica. Ali, conseguiu seis pódios, acabando a temporada de 2004 no quinto lugar do campeonato.
Em 2005, passou para a Formula 3 britânica, mas correu apenas em duas corridas devido a uma lesão no tornozelo, que o impediu de fazer toda uma temporada. Em 2006, passou para a DTM alemã, onde correu pela Mercedes até 2012, conseguindo como melhor resultado dois sétimos lugares em 2010, ficando no 13º lugar da geral. A partir de 2012, altura em que já era Susie Wolff - tinha-se casado com o austriaco Christian "Toto" Wolff - tornou-se piloto de testes da Williams, tendo em 2014 andado em algumas sessões de treinos livres, sendo a primeira mulher em 22 anos a fazer isso.
Aos 26 anos de idade (nascida a 1 de setembro de 1988) Simona de Silvestro está de volta em 2015 à IndyCar com um programa parcial, pela Andretti Autosport, depois de no ano passado ter tentado a sua sorte na Sauber, como piloto de testes, e esperando que conseguisse dinheiro para correr como piloto efectiva. Não conseguiu e voltou à America e a um sitio onde já foi feliz.
Começando nos monolugares em 2005, na Formula Renault Itália, atravessou o oceano no ano seguinte, aterrando na formula BMW USA, onde foi quarta classificada, para depois fazer três temporadas na Formula Atlantic, terminando em terceiro lugar na temporada de 2009, conquistando cinco corridas. Em 2010, está na IndyCar, primeiro pela HVM Racing, para depois passar em 2013 para KV technology, onde conseguiu um segundo lugar em Houston, o seu melhor resultado de sempre na categoria. Em 2015, na Andretti já conseguiu um quarto lugar em Nova Orleães, a segunda prova do campeonato.
3 - Danica Patrick
Aos 33 anos de idade (nascida a 25 de março de 1982), a americana tenta a sua sorte numa competição dificil como é a NASCAR, depois de sete temporadas na IndyCar, onde venceu por uma vez e conseguiu alguns resultados honrosos. Mas a sua carreira começou bem antes, no virar do século... e na Formula Ford britânica.
Depois de experiências positivas por lá (foi segunda classificada no Formula Ford Festival de 2000), regressou aos Estados Unidos em 2002, onde foi terceira classificada na Formula Atlantic, em 2004. No ano seguinte, ruma à IndyCar pela Rahal, onde consegue um honroso quarto lugar nas 500 Milhas de Indianápolis. Em 2007, passa para a Andretti Green Racing, onde consegue três pódios nessa temporada, e a sua primeira - e única - vitória em 2008, quando ganha na oval de Motegi, no Japão.
Em 2009, consegue a sua melhor posição de sempre na IndyCar, ao ser quinta classificada, mesmo conseguindo apenas um pódio, um terceiro lugar nas 500 Milhas de Indianápolis, o melhor de sempre para uma mulher. Os bons resultados são conseguidos especialmente nas ovais, já que ela não se dá bem em circuitos de rua...
Em 2012, passa para a NASCAR Sprint Cup. onde é a primeira mulher a conseguir a pole-position nas 500 Milhas de Daytona, uma prova que termina na oitava posição. Neste ano corre na Stewart-Haas, Para além disso, têm um nono lugar em 2009, nas 24 Horas de Daytona.
4 - Michela Cerruti
A piloto italiana de 28 anos (nascida a 18 de fevereiro de 1987) já têm experiência nos monolugares, embora tenha começado tarde. Filha de um corredor local, Aldo Cerruti, começou a competir depois de ter feito um curso de condução defensiva oferecido pelo seu pai. Em 2008 estava nos Turismos, com um Alfa Romeo 147, para dois anos mais tarde, corresse na Superstars Series, a bordo de um Mercedes preparado por Romeo Ferraris, onde venceu uma corrida em Monza, em 2011. Cerruti acabou essa temporada no nono lugar, com 59 pontos, antes de passar para a Auto GP, em 2013, onde após uma temporada intermitente, em 2014, pela Super Nova, venceu uma corrida em Imola e acabou no sexto lugar, com 103 pontos.
Pelo meio, fez algumas corridas na Formula 3 europeia, sem resultados de relevo, antes de no final de 2014 ser escolhida para competir pela Trulli na temporada inaugural da Formula E. Contudo, Cerruti não conseguiu resultados de relevo e após quatro corridas, abandonou a equipa.
5 - Alice Powell
Mais nova do que as quatro pilotos anteriores - Nasceu a 22 de janeiro de 1993, em Oxford - Powell já têm um curriculo de respeito. Começou nos monolugares em 2009, aos 16 anos, na Formula Renault, onde em 2010 foi campeã na categoria BARC. Passando para a GP3, em 2012, conseguiu ser a primeira mulher a pontuar, com um oitavo lugar na última corrida dessa temporada. Em 2013, andou pela Formula 3 Cup, onde foi vice-campeã, e em 2014, regressou à Formula Renault Asiática, onde venceu quatro corridas e acabou por ser campeã.
(continua amanhã)
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