Mais de vinte e quatro horas depois do GP do Mónaco e do seu inesperado resultado - pelo menos para Nico Rosberg - as reflexões sobre os acontecimentos que mudaram o destino da corrida no Principado fazem-me chegar a algumas conclusões sobre o "statu quo" atual e sobre a razão de algumas das reclamações que tenho ouvido nos vários meios de comunicação social desde então.
É certo que Lewis Hamilton tinha tudo para ganhar, e em circunstâncias normais, ele ganharia e controlaria melhor a sua distância para o seu companheiro de equipa Nico Rosberg. Mas ali houve um erro grave por parte dos seus engenheiros, quando o mandaram para a boxe após aquela situação de Safety Car devido ao acidente com Max Verstappen. Talvez seja hábito de tantos circuitos, mas creio que ali não houve consciência do o que se passava com os pneus, super-moles e devido à baixa temperatura do asfalto, não conseguiam aquecer e ser eficazes. E ainda por cima num circuito tremendamente complicado de passar, era um verdadeiro tiro no pé. Confesso que pensei que Hamilton pudesse ter um furo lento, mas sem uma coisa dessas a acontecer, então não consigo ter outra explicação para esta atitude de o mandar para.ir nas boxes.
Isto revela que os pilotos estão super-dependentes dos seus engenheiros para o que quer que seja: as estratégias, os ritmos de corrida, quando parar ou atacar. E Hamilton acreditou piamente no que eles diziam, porque estava convencido de que Vettel e Rosberg iriam parar para trocar de pneumáticos. Pelo menos o piloto alemão. Não iam.
Quem ouviu as declarações dos apresentadores da Sky Sports após a corrida, quase exigiam que fossem entregues as cabeças dos engenheiros da Mercedes responsáveis pela estratégia de Lewis Hamilton. É raro, mas acontece que também há os comentadores a puxarem a brasa à sardinha do seu piloto, e dar a entender que há uma "teoria da conspiração" para prejudicar o inglês, por ser uma equipa alemã e ter um piloto alemão nas suas fileiras. Essa atitude passou no ar, mas Niki Lauda e Toto Wolff foram sinceros: admitiram erro e pediram desculpas, quer no ar, quer depois com Hamilton.
Tudo isto na semana em que se tornou no piloto mais bem pago do pelotão da Formula 1, recebendo até ao final da temporada de 2018 um salário anual de 29 milhões de euros, com oito milhões em prémios. Em suma, se tudo correr bem, ele ganharia 37 milhões. Claro, nada tem a ver com os 45 milhões do Sebastian Vettel, mas isso é outra história.
Contudo, tenho a sensação - pelo menos para quem ouve as coisas do lado inglês - é que gostariam que ele tivesse o estatuto que Michael Schumacher gozou nos seus tempos da Ferrari, onde era dono e senhor da equipa e o seu companheiro de equipa não teria mais do que o estatuto de "bibelot", ou seja, primeiro e segundo piloto até que este seja campeão, e depois, lá para o final da época, lá se oferecia um "rebuçado" ao segundo piloto, pela sua fidelidade canina. Ora´isso não acontece na Mercedes, onde existe uma igualdade aparente, do qual os pilotos têm de dar o seu melhor na pista para ganhar. Ganham por talento e não por hierarquia.
Mas também há a outra ideia, que provavelmente é vendida por uma certa imprensa britânica, que Lewis é o melhor piloto britânico de todos os tempos. Há certas pessoas que já pensavam que a caminhada para o tricampeonato iria ser imparável e já começavam a adivinhar onde é que ele comemoraria o seu eventual tricampeonato. Aliás, quem leu algumas noticias na imprensa antes do fim de semana do Mónaco, teriam notado que já começavam a tratar de Nico Rosberg como "o novo Webber"...
Contudo, as suas fragilidades, bem como algumas atitudes fora da pista indicam que ele não é o piloto ultra-confiante e feliz, como vejo por exemplo em Sebastian Vettel, agora na Ferrari, ou o despreocupado com tudo e todos, no caso de Kimi Raikkonen. E parece que quando as coisas correm mal, essa faceta insegura salta à superfície. Agora, após seis provas, a diferença entre ele e Nico Rosberg é de dez pontos. E a seguir, é o Canadá, um lugar com fama de imprevisível...
É verdade que Lewis não é o maior de todos os tempos. Mas gostaria de o ser. E isso pode ser um problema.
É certo que Lewis Hamilton tinha tudo para ganhar, e em circunstâncias normais, ele ganharia e controlaria melhor a sua distância para o seu companheiro de equipa Nico Rosberg. Mas ali houve um erro grave por parte dos seus engenheiros, quando o mandaram para a boxe após aquela situação de Safety Car devido ao acidente com Max Verstappen. Talvez seja hábito de tantos circuitos, mas creio que ali não houve consciência do o que se passava com os pneus, super-moles e devido à baixa temperatura do asfalto, não conseguiam aquecer e ser eficazes. E ainda por cima num circuito tremendamente complicado de passar, era um verdadeiro tiro no pé. Confesso que pensei que Hamilton pudesse ter um furo lento, mas sem uma coisa dessas a acontecer, então não consigo ter outra explicação para esta atitude de o mandar para.ir nas boxes.
Isto revela que os pilotos estão super-dependentes dos seus engenheiros para o que quer que seja: as estratégias, os ritmos de corrida, quando parar ou atacar. E Hamilton acreditou piamente no que eles diziam, porque estava convencido de que Vettel e Rosberg iriam parar para trocar de pneumáticos. Pelo menos o piloto alemão. Não iam.
Quem ouviu as declarações dos apresentadores da Sky Sports após a corrida, quase exigiam que fossem entregues as cabeças dos engenheiros da Mercedes responsáveis pela estratégia de Lewis Hamilton. É raro, mas acontece que também há os comentadores a puxarem a brasa à sardinha do seu piloto, e dar a entender que há uma "teoria da conspiração" para prejudicar o inglês, por ser uma equipa alemã e ter um piloto alemão nas suas fileiras. Essa atitude passou no ar, mas Niki Lauda e Toto Wolff foram sinceros: admitiram erro e pediram desculpas, quer no ar, quer depois com Hamilton.
Tudo isto na semana em que se tornou no piloto mais bem pago do pelotão da Formula 1, recebendo até ao final da temporada de 2018 um salário anual de 29 milhões de euros, com oito milhões em prémios. Em suma, se tudo correr bem, ele ganharia 37 milhões. Claro, nada tem a ver com os 45 milhões do Sebastian Vettel, mas isso é outra história.
Contudo, tenho a sensação - pelo menos para quem ouve as coisas do lado inglês - é que gostariam que ele tivesse o estatuto que Michael Schumacher gozou nos seus tempos da Ferrari, onde era dono e senhor da equipa e o seu companheiro de equipa não teria mais do que o estatuto de "bibelot", ou seja, primeiro e segundo piloto até que este seja campeão, e depois, lá para o final da época, lá se oferecia um "rebuçado" ao segundo piloto, pela sua fidelidade canina. Ora´isso não acontece na Mercedes, onde existe uma igualdade aparente, do qual os pilotos têm de dar o seu melhor na pista para ganhar. Ganham por talento e não por hierarquia.
Mas também há a outra ideia, que provavelmente é vendida por uma certa imprensa britânica, que Lewis é o melhor piloto britânico de todos os tempos. Há certas pessoas que já pensavam que a caminhada para o tricampeonato iria ser imparável e já começavam a adivinhar onde é que ele comemoraria o seu eventual tricampeonato. Aliás, quem leu algumas noticias na imprensa antes do fim de semana do Mónaco, teriam notado que já começavam a tratar de Nico Rosberg como "o novo Webber"...
Contudo, as suas fragilidades, bem como algumas atitudes fora da pista indicam que ele não é o piloto ultra-confiante e feliz, como vejo por exemplo em Sebastian Vettel, agora na Ferrari, ou o despreocupado com tudo e todos, no caso de Kimi Raikkonen. E parece que quando as coisas correm mal, essa faceta insegura salta à superfície. Agora, após seis provas, a diferença entre ele e Nico Rosberg é de dez pontos. E a seguir, é o Canadá, um lugar com fama de imprevisível...
É verdade que Lewis não é o maior de todos os tempos. Mas gostaria de o ser. E isso pode ser um problema.
Não poderia ser um pedido do tal grupo de estratégia da F1 para dar "emoção" ao campeonato? Lembremos o que Ballestre fez, para dar título a Prost.
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