Quem seguiu as últimas eleições municipais e autonómicas em Espanha, sabe que houve resultados que abalaram os alicerces do atual bipartidarismo no país de "Don Quijote de la Mancha", com o Partido Popular e o PSOE e perderem mais de trinta por cento dos votos conjuntos a favor de novas organizações e de candidaturas cidadãs, muitas delas apoiadas pelo partido Podemos, de Pablo Iglesias e que é nitidamente de esquerda. Nestas eleições municipais, decidiu apoiar candidaturas cidadãs, e o resultado foi a vitória em Barcelona e uma "quase" vitória em Madrid, perdendo para o Partido Popular por trinta mil votos.
Contudo, mesmo em Madrid, fala-se que eles poderão aliar-se com os socialistas para tirar o poder ao Partido Popular e governar a capital de Espanha, o que seria inédito e lançaria bases para novo ataque ao bipartidarismo nas eleições gerais de novembro, onde tudo poderá acontecer.
Contudo, a vitória da esquerda em Barcelona já começou a causar estragos. E Ada Colau (na foto) a nova alcaide, já anunciou que quer retirar subsídios da câmara ao circuito de Montmeló, palco do GP de Espanha de Formula 1 e da Catalunha de MotoGP. Segundo conta o diário online extraconfidencial.com, apesar da gestão privada, a alcadia afirma que subvencionar a Formula 1 "é uma extravagancia" e "não é uma prioridade".
Contudo, a câmara de Barcelona é uma co-proprietária menor do circuito, com apenas oito por cento, em conjunto com a Generalitat (o governo catalão), que têm 80 por cento, enquanto que o RACC (Real Atomovil Club de Catalunya), fica com os doze por cento que lhe restam. Mas esses oito por cento, segundo conta o Joe Saward, significam 4,4 milhões de euros por ano. Ou seja, graças aos vários proprietários, nem a Formula 1, nem a Moto GP estarão em perigo de correr por lá, mas ficariam com mais dificuldades em cumprir os acordos por parte da FOM, por exemplo, que não é conhecido por ser barato em termos de preço para ter a categoria máxima do automobilismo.
Contudo, o automobilismo e o motociclismo são uma importante fonte de receitas para Barcelona e para a Catalunha. Só em 2014, as receitas diretas rondaram os 41 milhões de euros, muitos deles arrecadados pela própria cidade, que graças aos eventos desportivos, fizeram com que a cidade fosse um dos destinos mais procurados de Espanha. Para não falar das receitas indiretas, com as estadias, comidas e outras atividades dos quais a industria hoteleira sai beneficiada.
É certo que existem prioridades mais urgentes para a cidade, mas considerar os eventos automobilísticos como supérfluos ou perigosos, pode ser um risco de matar uma galinha dos ovos de ouro. Veremos, mas à partida, o impacto será pequeno.
OOOOOO Se eles tirarem Barcelona do calendário, vou simpatizar com eles.
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