James Hunt no GP do Mónaco de 1979, há 36 anos, numa foto de Bernard Cahier. Esta vai ser a última corrida do britânico na sua carreira da Formula 1, começada sete anos antes, precisamente no mesmo local, a bordo de um March inscrito pela equipa Hesketh.
Nesse ano, Hunt sofria com os seus excessos e a sua desmotivação após a conquista do título mundial, em 1976, numa épica batalha com Niki Lauda. No ano anterior, tinha saído da McLaren, conquistando apenas oito pontos, arrasado pelos voadores Lotus 79 de efeito-solo. Indo para a Wolf, não conseguiu melhor do que um oitavo lugar em Kyalami, num carro que não era competitivo.
Meses antes, em setembro de 1978, tinha-se envolvido no acidente na partida do GP de Itália, onde o seu amigo Ronnie Peterson iria sofrer ferimentos fatais. Hunt culpou o italiano Ricciardo Patrese pelo incidente, quando na realidade, o acidente começou quando Hunt se tentava desviar de outro carro e tocou no Lotus do sueco, esprimido entre o McLaren do inglês e o Arrows do italiano. Aliado a todos esses factores, os excessos com a bebida e o tabaco - e mais algumas drogas - tinham-no envelhecido, mesmo que tivesse apenas 32 anos de idade.
A solução veio com os comentários na BBC, ao lado de Murray Walker, que faria para o resto da sua vida. Os seus comentários eram honestos e politicamente incorretos, não deixando de falar mal de pilotos que eram notóriamente "chicanes móveis". Andrea de Cesaris, René Arnoux ou Philippe Alliot foram vitimas das suas criticas. De Jean-Pierre Jarier, apelou ao seu banimento por ser "ele mesmo". Imagino como seria agora, se visse pilotos como Romain Grosjean e Pastor Maldonado...
James Hunt morreu faz hoje 23 anos, na sua casa, vitima de um ataque cardíaco fulminante. Tinha 45 anos na altura e planeava casar-se pela terceira vez com Helen Dyson, uma pessoa 18 anos mais nova do que ele. Dias antes, tinha estado em Montreal a comentar o GP do Canadá, uma corrida ganha por Alain Prost, na frente de Ayrton Senna, em mais um dos seus comentários que o tinha tornado famoso, pois lhe dera uma segunda vida. A noticia caiu que nem uma bomba, pois ele já tinha deixado os maus hábitos para trás, mas o seu corpo já tinha sofrido estragos suficientes para quebrar em situações mais fragilizadas.
Após este tempo todo, mesmo com uma geração mais nova a conhecer os seus feitos graças a filmes como "Rush", sente-se a falta de uma pessoa que além de dizer o que pensava, era alguém que sabia viver a vida como se fosse o último dia à face da Terra. Mesmo depois de ver que tinha contrariado as estatísticas e sobrevivido...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...