A primeira incursão da Formula 1 no continente americano - eles voltarão em outubro para correrem em Austin e na Cidade do México - leva-nos a um dos locais mais populares da categoria máxima do automobilismo, que é o circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. Quem conhece a história do circuito sabe que ali, as corridas não são chatas, pelo contrário. E mesmo numa era de dominio Mercedes, como esta, as corridas em solo canadiano não são chatas. No ano passado, por exemplo, pensava-se que era Lewis Hamilton ou Nico Rosberg que ficariam com o primeiro posto, mas no final, quem gozou o momento no lugar mais alto do pódio foi Daniel Ricciardo, que conseguiu ali a primeira das três vitórias que não foram ganhas pelos "Flechas de Prata" em 2014.
Aqui, parecia que todas as combinações estavam contra isso: os Mercedes dominaram a qualificação, Sebastian Vettel largaria da 16ª posição da grelha, e alguns pilotos, como Max Verstappen e Jenson Button, pareciam que iriam largar de Toronto ou Ottawa, por tinham acumulado tantas penalizações por causa das mudanças no motor, caixa de velocidades, unidades de potência, entre outras coisas...
Ao contrário de ontem, o tempo em Montreal estava encoberto, mas não se previa chuva para a corrida. No momento da partida, Hamilton conseguiu aguentar Nico Rosberg para ficar com o comando, enquanto que Sebastian Vettel conseguiu ganhar duas posições na primeira curva. Na terceira volta, passou Carlos Sainz Jr, ao mesmo tempo em que Fernando Alonso perdeu dois lugares para Marcus Ericsson e Felipe Massa. Na quinta volta, Vettel passou o McLaren do espanhol.
A partir dali, a luta estava concentrada pela 11ª posição, com Vettel atento, atrás deles. Mas na oitava volta, Vettel foi às boxes, demasiado cedo ao que se esperava. Acabou por ser uma paragem tática, mas as coisas acabaram por correr mal, pois a paragem foi lenta. Acabou no fundo do pelotão, enquanto que Massa conseguia passar Ericsson na volta dez, conseguindo o brasileiro ficar com a 11ª posição. Pouco depois, Massa passou Ricciardo e entrou nos pontos.
Na frente, nada de novo: Hamilton estava na frente de Rosberg e não acontecia nada de especial.
Maldonado foi o primeiro dos pilotos da frente a ir às boxes na volta 18, voltando à pista na 12ª posição, ao mesmo tempo que Felipe Massa era o nono classificado, pressionando Daniil Kvyat. Atrás, Fernando Alonso e Sebastian Vettel lutavam pela... 15ª posição, com o piloto espanhol a lutar o melhor que podia para aguentar o piloto da Ferrari. Mas o alemão passou-o no inicio da volta 22, ao mesmo tempo em que Felipe Massa era o sétimo classificado.
Nas voltas seguintes, Vettel subia um lugar por volta e no final da volta 25 era o décimo classificado, depois de passar os Toro Rosso e o Sauber de Marcus Ericsson, subindo aos poucos e aproveitando a paragem de alguns dos pilotos como Daniel Ricciardo e Sergio Perez. A partir dali, o alemão aproximou-se da traseira do Lotus do venezuelano, que também já tinha parado nas boxes. As paragens continuavam entre os da frente, como Kimi Raikkonen, que duas voltas depois, sofreu um pião, atrasando-se e ficando no quarto posto.
Lewis Hamilton vai às boxes na volta 30, com Rosberg a ficar com o comando, mas ambos tinham uma vantagem de... 37 segundos sobre Bottas, o que demonstrava a superioridade das máquinas da Mercedes. Rosberg passou pelas boxes na volta seguinte, ao mesmo tempo que Vettel era sexto, depois de passar Maldonado (e este sair pela escapatória...)
A partir dali, apesar de uma aproximação momentânea de Rosberg sobre Hamilton, as atenções estavam agora na luta pelo quinto posto, com Massa a ser pressionado por Grosjean e Vettel. Aproveitando a situação, o alemão da Ferrari foi às boxes na volta 36, para colocar pneus super-moles, voltando à pista no oitavo posto. Nessa altura, Grosjean tinha passado Massa e era o quinto classificado. Duas voltas depois, Massa ia às boxes para novo jogo de pneus.
Na volta 44, Hulkenberg e Vettel lutavam pelo sétimo posto quando o alemão da Force India se despistou na curva anterior à meta. Ele voltou à pista, perdendo mais um lugar para Felipe Massa. Ao mesmo tempo, Nico Rosberg voltou ao ataque da liderança de Lewis Hamilton. Na volta 47, o primeiro abandono da corrida: o McLaren-Honda de Fernando Alonso.
Na volta 50, Romain Grosjean comete um erro quando dobrava o Manor de Will Stevens, furando um pneu e ido imediatamente para as boxes, perdendo o quinto lugar da geral. Pouco depois, os comissários de pista decidiram penalizar o francês em cinco segundos pela sua manobra absolutamente desnecessária.
Na frente, Rosberg atacava Hamilton, mas parecia que o inglês resistia aos ataques. Na volta 56, Vettel apanhou Maldonado e era quinto, não muito longe de Kimi Raikkonen, enquanto que Jenson Button retirava-se depois de uma corrida extremamente discreta. Para as voltas finais, Massa apanhou Maldonado para ficar com o sexto posto, enquanto que Rosberg começou a aproximar-se cada vez mais de Hamilton.
Contudo, o inglês resistia aos ataques e foi assim que terminou a corrida, com o britânico a voltar a vencer, duas corridas depois de Nico Rosberg a ser o vencedor. Valtteri Bottas foi o terceiro, dando à Williams o primeiro pódio da temporada, na frente de Kimi Raikkonen e de Sebastien Vettel. Felipe Massa foi o sexto, enquanto que Pastor Maldonado, com o seu sétimo posto, acabou por conseguir os seus primeiros pontos da temporada. A fechar os lugares pontuáveis ficaram Nico Hulkenberg, Daniil Kvyat e Romain Grosjean.
Em termos de rescaldo, eis que a corrida canadiana mostrou a sua invulgaridade: este ano foi chata. Sem Safety Cars e com apenas três desistências, foi bem mais aborrecido do que nos anos anteriores. O dominio dos Flechas de Prata começa a ser tão grande que começa a ser imune às "vibrações canadianas". Já não há santos, e Lewis Hamilton alarga a sua liderança para 17 pontos.
Dentro de duas semanas, a Formula 1 regressa à Europa, para o GP da Austria. Provavelmente será mais do mesmo, mas queremos continuar a ver como isto vai acabar.
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