Nove meses após o acidente de Jules Bianchi, em Suzuka, a sua condição continua na mesma, sem grandes evoluções. Em coma no Hospital de Nice, o piloto de 26 anos sofreu uma lesão axonal difusa, uma das piores formas de traumatismo craniano, sofrido após o seu choque contra um trator do circuito, que na altura rebocava o Sauber de Adrian Sutil, durante o GP do Japão de 2014. Philippe Bianchi, o seu pai, quebrou o silêncio para descrever a angustia que ele e a sua família sofrem por vê-lo no hospital, onde respira sem a ajuda de aparelhos, mas não consegue sair do coma.
“Esta situação é uma tortura diária", começou por dizer numa entrevista à France-Info. "Às vezes, quase enlouquecemos, porque é bem pior do que se o Jules já tivesse morrido. Nos primeiros três meses depois do acidente, ainda tivemos a esperança que a situação melhorasse, mas agora sentimos que não podemos fazer mais nada”, continuou.
Bianchi sénior - filho de Mauro e sobrinho de Lucien - afirmou que caso ele algum dia acordar do coma onde está mergulhado desde há nove meses, iria ter dificuldades acrescidas, e recordou uma conversa que ambos tiveram após o acidente de Michael Schumacher, em dezembro de 2013.
“Se ele algum dia acordar, ele iria sentir grandes dificuldades. Tivemos uma conversa sobre isso, e se soubesse que não poderia voltar a competir, seria muito difícil para ele aceitar essa realidade, pois as corridas foram sempre a sua vida”, concluiu.
De facto, a cada dia que passa, tenho a sensação de que isto pode ter sido uma morte ao retardador. Para piorar as coisas, que costuma ler frequentemente os posts do blog do Dr. Gary Hartstein, sabe que este tipo de lesão é das piores que se pode ter, pois a recuperação é incerta. E apesar de já ter havido casos de sucesso - lembrei-vos neste blog dos casos passados por Richard Hammond e Roberto Guerrero - à medida que o tempo passa, as possibilidades de uma recuperação, mesmo um estado de consciência minima, parecem ser cada vez mais distantes, e ele poder passar anos nesse estado sem recuperar parece ser uma realidade cada vez mais presente.
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