Que o modelo ecclestoniano de dinheiro na Formula 1 tem as suas falhas, disso ninguém duvida. As exigências cada vez maiores em termos de dinheiro para ter um Grande Prémio estão a esticar a corda aos promotores e governos regionais e nacionais - e foi por isso que este ano não temos um GP da Alemanha - mas os novos locais também estão a ter problemas de financiamento. E se isso ainda não afeta os países do Golfo Pérsico, outras potências vêm-se aflitas para cumprir os requisitos.
Veja-se a Rússia: surgiram esta sexta-feira dúvidas sobre a sua realização este ano. A corrida, marcada para o dia 11 de outubro, não é uma prioridade para o governo regional de Krasnodar, que herdou o bebé nas mãos depois da promotora do circuito, de seu nome "Formula Sochi", ter falido. É que o governo pediu quatro mil milhões de rublos ao governo central (cerca de 55 milhões de euros) para poder organizar o Grande Prémio. E esse financiamento não está garantido, como comenta o Luiz Fernando Ramos, o Ico, no seu blog.
“Se não houver crédito, não haverá Fórmula 1”, afirmou Veniamin Kondratjew, o governador interino da região de Krasnodar, ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. E essa chance é bem grande: a economia russa vive tempos difíceis, com uma contração de 4,7 por cento este ano, devido às sanções internacionais, a desvalorização do rublo e outras prioridades, como a construção dos estádios para o Mundial de 2018, que vai acontecer nesse país - e onde Sochi será uma das sedes escolhidas...
Para piorar as coisas, no inicio deste mês, uma tempestade na vila olímpica causou estragos na zona, que foi fortemente inundada. E em termos de vendas, a três meses do evento, só foram vendidos vinte mil bilhetes, em contraste com os 140 mil que foram vendidos em 2014.
Em caso de cancelamento, as autoridades pagam a taxa na mesma à FOM, e provavelmente poderão voltar à carga em 2016, com a corrida a ficar provisoriamente a 1 de maio. E é isso que os organizadores sempre quiseram desde o inicio, pois é a altura em que tem mais turistas na zona do que no final do verão, e também quando as temperaturas são mais amenas. Mas em caso de cancelamento, o campeonato deste ano ficaria reduzido a 18 corridas, e provavelmente a Mercedes decidirá este campeonato mais cedo do que o habitual...
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