O belga Jacky Ickx, dentro do seu Ferrari, a caminho da vitória no GP do Canadá, em Mont-Tremblant, no Quebec.
Há precisamente 45 anos, a Formula 1 vivia um período de luto. O austriaco Jochen Rindt, o homem que tinha dominado aquele verão ao volante do Lotus 72, tinha morrido há duas semanas, em Itália. E de um campeonato onde todos sabiam quem era o campeão, tudo estava alterado. Sem Rindt, morto, todos tinham uma chance, especialmente numa Ferrari que estava a mostrar a sua forma desde a corrida austriaca, onde o belga tinha ganho, graças ao abandono do piloto da Lotus.
A Lotus não estava por lá. Estava em Hethel, a lamber as feridas. Para piorar as coisas, John Miles, que nunca tinha sido fã dos métodos de Colin Chapman, decidira que era tempo de abandonar a equipa, receando que ele poderia ser a seguir. E do nada, sobrou o brasileiro Emerson Fittipaldi, que tinha apenas três corridas no seu palmarés - mas com muito potencial - e ele iria comandar a equipa, apenas com 23 anos de idade. E outro piloto ficaria no lugar de Miles.
A corrida foi dura: dos vinte pilotos inscritos, apenas oito chegaram ao fim. E foi uma corrida onde uma equipa se estreou: a Tyrrell. Bom, na realidade, eles já existiam, o que se estreou foi o projeto secreto que Ken Tyrrell, Jackie Stewart e Frank Gardner decidiram criar na garagem deste último, e baseado no March 701 onde tinham estado a correr ao longo de 1970. E se qualquer dúvida que eles tivessem em relação ao projeto foram dissipadas nos treinos, quando Stewart fez a pole-position. Logo na primeira corrida! Infelizmente, o eixo do carro não aguentou e desistiu na volta 31.
No final, como em Zeltweg, a Ferrari fez dobradinha com Chris Amon a ser o terceiro. Mas a dureza do circuito de Mont-Tremblant (a mesma coisa tinha acontecido em 1968, quando apenas seis carros acabaram a corrida!) fez com que esta fosse a última vez que a Formula 1 visitasse esse local.
Ickx tinha-se colocado na luta, mas faltavam ainda duas corridas. E para ser campeão, tinha de as ganhar, sem falhas...
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