segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A imagem do dia

Todos sabem que a Formula 1 não corre na Suiça desde 1955, por alturas do infame desastre das 24 Horas de Le Mans, e que essa proibição só foi levantada parcialmente este ano para acolher os carros eléctricos. Também muitos sabem que houve uma corrida chamada de "GP da Suiça", em 1982, mas que aconteceu no circuito de Dijon-Prenois, talvez para ver se a França poderia encaixar duas corridas por ano, tal como a Itália fazia o GP de San Marino para poder encaixar dois circuito italiano no seu calendário, ou depois a Alemanha, quando "inventou" o GP da Europa para encaixar Hockenheim e Nurburgring no calendário.

Pois bem, este cartaz desmente um pouco a ideia de que não houve corridas durante 27 anos. Em 1975, a Marlboro pediu ao Automóvel Clube Suíço se não poderiam organizar o "GP da Suíça", no sentido de apoiar uma possível regresso na Formula 1. E em relação ao obstáculo óbvio, uma solução foi imediatamente arranjada: iriam correr no veloz circuito de Dijon-Prenois, no leste de França, não muito longe da fronteira suíça.


A 24 de agosto, entre as corridas da Áustria e de Itália, dezasseis carros alinharam para a corrida, com Jean-Pierre Jarier a trazer um motor Cosworth no seu carro - a equipa andava a experimentar um Matra V12 no seu Shadow, para ver se era mais potente, veloz e resistente do que o Cosworth V8. E claro, todos os pilotos da tabaqueira apareceram, desde Clay Regazzoni, na Ferrari, passando por Emerson Fittipaldi e Jochen Mass, nos seus McLarens, e mesmo os que corriam pela concorrência, como Ronnie Peterson, da decadente Lotus. A Williams era a equipa que trazia carros para Jacques Laffite e outro local, Jo Volanthen, e até a Maki aparecia, trazendo consigo Tony Trimmer.

A Hesketh trazia para ali a versão C do seu modelo 308, que iria ser guiado por James Hunt, e não desiludiu. 


Jarier provou que tinha acertado no motor, quando fez a pole-position com um tempo de... 59 segundos (Dijon ainda não tinha feito a variante maior), com Fittipaldi ao seu lado. Na partida, o francês voava perante a concorrência, enquanto que Fittipaldi "queimava" a embraiagem e desistia no inicio da segunda volta. Ele liderou sem problemas até à volta 34, altura em que a sua caixa de velocidades cedeu, mas não sem fazer a volta mais rápida.

A partir dali, Regazzoni herdou a liderança até ao fim, acabando a corrida no lugar mais alto do pódio, conseguido uma vitória "em casa", com Patrick Depailler e Jochen Mass a acompanhá-lo. De facto, a organização da corrida foi um sucesso, e poderia entrar no calendário de 1976, e poderia alternar nos anos em que a corrida fosse em Paul Ricard, mas tal só aconteceu... sete anos depois. Foi nada mais do que uma experiência.

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