Uma foto de Frank Williams, no pódio, a celebrar a terceira vitória consecutiva da equipa, diante de Keke Rosberg e dos pilotos da Ligier, Jacques Laffite e Philippe Streiff. Há precisamente 30 anos, a Formula 1 chegava pela primeira vez à Austrália, mais concretamente ao circuito urbano de Adelaide, para a última corrida daquela temporada.
Apesar de ser a primeira vez, não era território virgem: nos anos 60, havia a Tasman Cup, um conjunto de corridas na Austrália e Nova Zelândia, onde os pilotos iriam correr enquanto que a Formula 1 entrava em hibernação por causa do inverno no Hemisfério Norte. Nessa competição, Bruce McLaren, Jim Clark e Jackie Stewart foram os campeões, com o escocês da Lotus a vencer o seu último título em 1968, meses antes da sua morte, em Hockenheim.
Em Adelaide, naquele tempo dos Turbo, era uma corrida de resistência, para saber quem é que resistiria a uma corrida que se estendia ao limite das duas horas. Para piorar as coisas, no dia da corrida, estavam 35ºC de temperatura, o que destruía tudo que fosse mecânico. E ao fim de duas horas, apenas oito carros chegaram ao fim, e apenas os Ligier ficaram na mesma volta do vencedor. E com a famosa colisão entre Laffite e Streiff, na última volta!
Mas aquela corrida também significava o final de uma era para muita gente. A Renault e a Alfa Romeo retiravam-se pela porta pequena, depois das duas construtoras terem investido mundos e fundos e saiam frustrados. Os franceses, por não terem conseguido um título mundial, apesar de terem inaugurado uma era na Formula 1, e os italianos, nem sequer venceram corridas, apesar de terem tido pilotos como Mário Andretti, Patrick Depailler, Riccardo Patrese ou Andrea de Cesaris.
Aquela tarde de Adelaide também significava para Niki Lauda o final de uma era. Após 171 Grandes Prémios e três títulos mundiais, tinha cumprido a sua missão e poderia cuidar dos negócios com a sua companhia aérea. As quatro temporadas com a McLaren, após uma primeira retirada, no final de 1979, foram recheadas de êxito, com oito vitórias e o título mundial de 1984.
Mas o que nenhuma daquelas pessoas, naquela tarde australiana, sabia, era que tinham visto pela última vez Frank Williams a subir a um pódio pelo seu próprio pé. Três meses depois, no sul de França, Williams sofreu um acidente onde quebrou o seu pescoço e perdeu para sempre a sua capacidade de andar.
A prova valeu o 3º lugar no campeonato de 1985, porque Alain Prost foi o campeão com duas provas de antecedência (GP da Europa em Brands Hatch) e o vice de Michele Alboreto (GP da África do Sul, penúltima etapa).
ResponderEliminarCom a vitória de Keke Rosberg (5ª e última na carreira) e o abandono de Ayrton Senna (grande destaque na briga pela liderança da prova), o finlandês terminou o campeonato em 3º com 40 pontos e "descendo" o piloto da Lotus para o 4º lugar com 38 pontos (antes da prova era 3º colocado).