Lembrando Colin Chapman, um dos homens mais geniais do automobilismo no século XX, precisamente 33 anos após a sua morte, a 16 de dezembro de 1982. Com aquilo que soube ao longo do seu tempo, mais me admiro a sua genialidade, e mais me espanto sobre a maneira como conseguiu flertar com o perigo, andando nos limites da lei.
Daquilo que sei, tenho aquela sensação de que perdeu o controlo das coisas no final de 1978. A sua presença com David Thiemme, o homem da Essex, o seu contrato tortuoso com John DeLorean, e o seu envolvimento no projeto, as dificuldades nas vendas dos seus carros nos Estados Unidos, e depois a polémica com o modelo 88, vetado por Jean-Marie Balestre e Bernie Ecclestone, provavelmente o fizeram ficar cada vez acossado, amargurado, quase num beco sem saída.
A sua fuga provavelmente seria o principio da suspensão ativa, uma consequência do principio que buscava no modelo 88 de chassis duplo. Queria testá-lo no final daquele ano, para o experimentar na temporada seguinte, mas o teste ficou cancelado com a noticia da sua morte, depois de ele regressar de Paris, onde tinha estado numa reunião da FIA, em Paris.
O choque da sua morte e a rapidez do seu funeral fizeram especular a ideia de que ele fingiu, fugindo para o Pantanal mato-grossense, e assim dos problemas que tinha presentes. Mas isso é uma história demasiado boa para ser verdadeira, algo que é para ser contado num serão regado a álcool, ou uma história que vale ser contada num 1º de abril qualquer... afinal de contas, nunca viram as suas fotos da fase final da sua vida? Não é comum ver um homem na casa dos 50 anos com os cabelos totalmente brancos, pois não?
Há muito tempo que estou convencido que Chapman merece um filme de Hollywood. Contudo, não creio que aconteça enquanto Hazel, sua mulher, e Clive, seu filho, ainda andem por aí, pois não sei se iriam vê-lo nas suas falhas, pois os génios também as têm. E os seus esqueletos no armário são tão fascinantes como os seus feitos automobilísticos...
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