A meio da década de 60, o Ano
Novo para muitos pilotos de Formula 1 era passado em paragens sul-africanas,
onde se disputavam algumas corridas por lá, integrados no campeonato local de
Formula 1 (Sim, existiu. E escrevi sobre eles há pouco tempo), e por vezes o
dia de Ano Novo era aproveitado para correr a principal prova do calendário
local: o GP da África do Sul.
Em 1966, iriam entrar as novas
regras em relação aos motores, que iriam dobrar dos 1.5 litros para os 3
litros, com a maior parte das equipas a construírem motores V12. Contudo, isso
era algo que ainda estava no começo, e teriam de arranjar algumas soluções
provisórias enquanto os motores definitivos não estavam prontos. E na África do
Sul, a corrida veio tão em cima dessa mudança de regulamento que decidiu ser
uma prova extra-campeonato, já que iria ser corrido a partir do ano seguinte no
circuito de Kyalami, que estava a passar por obras de remodelação.
Apesar disso,
algumas equipas oficiais iram participar por ali. A Brabham trouxe dois carros para Jack Brabham -o único que tinha um carro pronto de acordo dom as novas especificações - e Dennis Hulme, enquanto
que a Lotus trazia dois modelos 33 com motor Climax
para Mike Spence e Peter Arrundel, que regressava à competição após um ano de ausência devido a um acidente a meio de 1964 em Reims. Já Rob Walker trazia dois Lotus-Climax para
Jo Siffert e Jo Bonnier, enquanto que Reg Parnell tinha dois Lotus, um com
motor BRM para Innes Ireland, e outro com motor Climax para o australiano Paul
Hawkins.
Um BRP também alinhava nesta corrida, para o americano
Richie Ginther, enquanto que Bob Anderson alinhava com o seu Brabham BT11
privado.
Já do lado local, eram muitos pilotos, capazes de baterem o
pé aos estrangeiros. A scuderia Scribante tinha Dave Charlton e Jackie
Pretorious, o primeiro num Brabham-Climax e o segundo num Cooper-Climax,
enquanto que o resto alinhava em inscrições individuais. John Love tinha dois
carros em seu nome, ambos Cooper-Climax, com o segundo a ser corrido por Tony
Jeffries, enquanto que Pieter de Klerk estava num Brabham, Douglas Serruier num
LDS-Climax, Sam Tingle num LDS e Clive Puzey num Lotus-Climax. Para finalizar,
estava o britânico David Prophet, num Lotus com motor Maserati.
Como seria de esperar, Jack Brabham e Dennis Hulme ficaram
com a primeira fila da grelha, com Brabham a ser o melhor, enquanto que Mike
Spence entre eles, na segunda posição. John Love era o melhor dos locais, sendo
quarto na grelha no seu Cooper. Innes Ireland era o quinto, seguido por Richie
Ginther, enquanto que Pieter de Klerk foi o sétimo, seguido por Bob Anderson,
enquanto que a fechar o “top ten” estavam o Lotus de Jo Bonnier e o Brabham de
Dave Charlton.
O dia da corrida acontecia debaixo de céu nublado e alguma chuva, apesar de ter parado por alturas do inicio da corrida. Na partida, Mike Spence conseguiu ser mais veloz do que os Brabham e ficou com o primeiro posto, enquanto que atrás, John Love tinha problemas e perdia tempo para ajustar o volante, antes de largar e recuperar o tempo perdido.
Na segunda volta, Brabham passou Spence e começou a afastar-se dele, ganhando segundo após segundo nas voltas seguintes, enquanto que ele aguentava Dennis Hulme, enquanto que Innes Ireland era o quarto, adiante de De Klerk. Entretanto, a pista começou a secar por completo e a distância entre Brabham e Spence estava estabilizada nos cinco segundos, ao mesmo tempo que aconteciam as primeiras desistências, com Ginther a despistar-se e a bater em Bonnier, sem consequências fisicas.
Outro dos que se despistaram foi Bob Anderson, com os comissários de pista a decidiram empurrá-lo para o colocar de novo na pista. Isso aconteceu, mas a organização decidiu depois desclassificá-lo por este gesto.
Nada de especial aconteceu até à volta 49, quando a bomba de injeção do carro de Jack Brabham avariou, colocando-o de lado e terminando ali a sua impressionante corrida. Isso deixou Mike Spence na liderança, e isso aconteceu até ao final, com quase duas voltas (!) de avanço sobre Jo Siffert. Peter Arrundell era o terceiro, enquanto que Dave Charlton foi o melhor dos locais, na frente de Sam Tingle e John Love.
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