Patty McLaren entre o seu marido, Bruce McLaren, e Jochen Rindt, durante o fim de semana do GP do Mónaco de 1968, numa foto tirada por Bernard Cahier. A viúva de Bruce, fundador da McLaren Automotive, em 1963, morreu ontem na Grã-Bretanha, vitima de cancro. Os "originais" vão se embora desta vida, pois isto acontece um mês após o desaparecimento de Tyler Alexander, aos 75 anos, também vitima de cancro.
Das mulheres e filhos de pilotos pouco se falam, pois as suas vidas privadas não são motivo de interesse dos historiadores e dos jornalistas especializados em automobilismo, especialmente nesses tempos em que a possibilidade de serem viúvas cedo era bem alta. E ela o foi, em junho de 1970, quando o seu marido teve o seu acidente mortal quando testava um carro da Can-Am, a poucas semanas do começo do campeonato, aos 32 anos de idade.
Mas sei que, pelos testemunhos dos que andaram juntos nessa aventura, que viveu as vitórias e sofreu com as derrotas, especialmente as mais profundas. Estava com ele quando Timmy Mayer teve o seu acidente mortal em Longford, na Austrália, em fevereiro de 1964, durante as Tasman Series. E claro, esteve com ele quando Bruce aventurou-se a construir automóveis com o seu nome e a ser vencedor na América e na Europa, na Can-Am e na Formula 1. E claro, ver o seu marido crescer e a ser feliz naquilo que mais gostava. E mesmo depois de ele desaparecer, ver o seu nome ser consolidado como vencedor no automobilismo e agora, ser uma marca de automóveis.
Sempre achei que, por muito que façamos, nunca seremos metade do que poderemos ser sem ter uma cara-metade por perto. Tenho a certeza que ela é responsável por metade desse génio, mas nunca reclamou a sua quota-parte. Ars lunga, vita brevis, Patty.
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