O rali Serras de Fafe, prova de abertura do Campeonato Nacional de Ralis, tinha atraido muita atenção pelo facto de na lista de inscritos estarem 14 carros da classe R5, o que faria deste campeonato um dos mais competitivos da Europa. e de uma certa maneira, foi o que aconteceu, num duelo entre José Pedro Fontes, o campeão em título, e Pedro Meireles, que lutaram pela vitória, com esta a calhar ao piloto do Citroen DS3 R5, que o obteve por menos de dez segundos.
Mas pelo meio, houve outros candidatos à vitória, como Ricardo Moura e Miguel Campos. O açoriano viu-se obrigado a abandonar devido a uma quebra na transmissão, enquanto que o regressado piloto nortenho, com o seu Skoda Fabia R5, atrasou-se da luta pela vitória, acabando a mais de um minuto do vencedor, mas a conseguir o lugar mais baixo do pódio.
Assim sendo, no rescaldo deste rali, muitos tiveram a oportunidade de dar as suas impressões sobre o que se passou. Selecionou-se as impressões de pilotos como José Pedro Fontes, Miguel Campos, Fernando Peres, Ricardo Teodósio e Miguel Barbosa, todos com sortes diferentes acerca deste rali.
Começando pelo vencedor, Fontes começou aqui a defesa do título alcançado no ano passado com uma vitória no Serras de Fafe, mas consciente de que defrontou uma enorme concorrência que deixou caro este resultado.
Um resultado que deixou o atual campeão em título naturalmente satisfeito. “Foi um excelente trabalho da equipa, acho que merecíamos há muito esta vitória em terra. Fizemos aqui uma boa demonstraçao do trabalho sério que temos feito ao longo de todo este projeto e é toda a equipa que está de parabéns”, começou por afirmar.
“Ontem perdemos muito tempo na segunda especial devido a uma ligeira saída de estrada, e isso prejudicou-nos. Hoje abrimos a estrada e a manhã nao foi fácil. Fiz a primeira passagem por Montim debaixo de chuva forte e depois tentámos forçar, mas mantendo sempre a calma. Tivemos também uma boa réplica por parte do Miguel, do Pedro e do Ricardo. Da tarde também foi difícil de gerir. Acho que foi um belo espetáculo para todos, estamos todos de parabéns e é para continuar”, continuou.
De resto, elogiou o carro que têm entre mãos e a concorrência que alinhou para este rali: “Temos um excelente carro e foi um rali muito difícil, com muito mérito da parte de todos os meus adversários, que andaram todos muito depressa. Mas nós ganhámos e ainda bem”, finalizou.
Para Miguel Campos, terceiro classificado neste rali, o seu regresso aos ralis foi quase perfeito. Depois de ter lutado pelo comando durante alguma tempo, foram os problemas que teve no seu Skoda Fabia que o impediram de vencer. “Estou muito contente com o meu regresso. Estivemos na liderança da prova mas o minuto e 17 segundos que perdemos no troço de Luílhas fez nos passar para o terceiro posto. Ficou um registo muito positivo porque sabemos que retirando o tempo que perdemos tínhamos ganho o rali”, afirmou, reconhecendo que fez um bom trabalho num carro que pouco conhece...
Miguel Barbosa fez em Fafe a sua estreia nos ralis, e apesar de uma toada cautelosa, conseguiu levar o carro ao fim num meritório quinto posto. no final, estava satisfeito com o resultado alcançado num Fabia R5, acompanhado por Miguel Ramalho, ex-navegador de Armindo Araujo: “Estou muito satisfeito com esta primeira experiência nos ralis. Sinto que progredi imenso ao longo destas dez especiais. Estou, como é compreensível, numa fase de aprendizagem e mais do que o resultado aquilo que para mim é mais importante é ter a noção de que evoluí significativamente”, frisou.
Barbosa mostrou-se também bastante feliz com o carro checo. “Quero destacar a excelente escolha que foi o Skoda Fabia R5. Uma máquina com um comportamento muito bom e que muito contribuiu para a minha evolução, tal como o Miguel Ramalho.”
Já Fernando Peres não teve o regresso que desejava, pois os problemas que teve no seu Ford Fiesta o relegaram para o 13º posto final, muito longe do "top five" que ambicionava alcançar com o seu carro. Um toque numa pedra na Lameirinha danificou um braço da suspensão do seu carro e condicionou o seu rali.
“Foi a primeira prova do campeonato e não foi a prova que queria ter feito. Dei um pequeno toque e parti um braço de direção, o que acabou por me condicionar. Tive que aguentar dois/três troços a andar devagar e com isso perdi muito tempo. Na segunda secção de troços andámos mais mas o carro estava ligeiramente desalinhado”, começou por afirmar.
"Foi o rali que pudemos fazer. Não correu a cem por cento, mas vamos trabalhar para estarmos melhores na próxima prova. O campeonato está muito forte e gostávamos de ser competitivos. É para isso que vamos continuar a trabalhar.”
Mesmo assim, Fernando Peres mostra-se satisfeito por ter alinhado em Fafe. “Foi muito bom fazermos este rali porque os testes são sempre testes, andamos sozinhos e não temos noção da diferença para os outros. Num rali vemos tudo e sabemos perfeitamente o que é que temos de fazer. Estamos muito motivados e vamos ver se as próximas provas nos correm bem”, concluiu.
Ricardo Teodósio esteve bem pior, pois o seu rali não passou do PEC 2, devido a problemas de travões no seu Ford Fiesta R5, que fizeram com que a sua participação tivesse um final antecipado. “A nossa participação no Rali Serras de Fafe ficou marcada pela falta da sorte. Fizemos tudo para inverter os problemas que surgiram nos primeiros quilómetros, mas com a réstia de travões atrás, o Ford Fiesta RS teve uma mudança brusca de trajetória, sendo inevitável um pequeno toque que abriu a direção e que nos impossibilitou de continuar em prova”, revelou.
“Estamos dececionados com o que nos aconteceu, mas estamos empenhados em prosseguir em frente, pelo que, brevemente, faremos a apresentação pública deste projeto em terras algarvias”, concluiu.
O campeonato nacional de ralis prossegue entre os dias 22 e 24 de abril, com o Rali de Castelo Branco.
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