Era inevitável que o processo dos "Panama Papers", divulgado neste domingo - mas do qual os meios jornalísticos conheciam desde há muitos meses desta parte - contivesse pessoas ligadas à Formula 1 entre os milhares de nomes que estavam nos papéis da fuga de informação proveniente de firma de advogados Mossack/Fonseca.
Nestes dois dias, foram divulgados quatro nomes, até agora: o ex-presidente da Ferrari, Luca de Montezemolo, o ex-piloto de Formula 1 Jarno Trulli, e o atual lider do campeonato, Nico Rosberg. Se uns desmentem e outros não comentam, há quem seja honesto e admita tudo, afirmando que não é legal. E tem razão!
No caso dos contratos da Mercedes com Nico Rosberg em particular, a imprensa alemã fala hoje que o contrato entre o piloto e a Mercedes, nas temporadas de 2014 e 2015, foi gerido por uma empresa de fachada a Ambitious Group Limited, criada pela marca alemã. Essa firma, que tem sede nas Ilhas Virgens Britânicas, acaba por ser a detentora do contrato feito com a Mercedes. Contudo, nada disso afirma que Nico (que nasceu e vive em Monte Carlo) fugiu aos impostos, apenas diz que os seus contratos com a marca alemã escapam da sanção por parte do governo alemão, nomeadamente na questão dos impostos.
No caso de Montezemolo, o italiano (atualmente a dirigir a Alitalia) está envolvido numa sociedade chamada Leniville Overseas, segundo conta a revista L'Espresso. Atuando como procurador desse mesma firma, em 2007, ele atuava na firma Bim Suisse, a filial helvética do banco Intermobiliare, que captava as fortunas dos mais de mil italianos que estão envolvidos na firma Mossack/Fonseca, que vão desde empresários e personalidades do mundo do espectáculo, mas também muitos nomes desconhecidos, que pura e simplesmente queriam colocar o seu dinheiro longe do fisco italiano.
E entre esses nomes está o ex-piloto Jarno Trulli. Atualmente com 41 anos, ele, que esteve envolvido na sua própria equipa na Formula E, e que abandonou a competição em novembro do ano passado, é ali citado. Numa entrevista ao Corriere della Sera, Trulli confirma tudo, afirmando que nada é ilegal, pois investe no setor imobiliário, e paga impostos sobre isso. Trulli também disse que a sua residência fiscal é em Londres, apesar de viver também em Lugano, na Suíça.
"Sim, é verdade, mas acredite, são o resultado do meu trabalho, um pouco 'especial'", começa por afirmar. "Os investimentos no exterior, se forem declarados, são legais. É isso que você tem que escrever", continuou. "Quando eu li o meu nome em toda parte, em todos os jornais, não só estranhei como mandei uma gargalhada", concluiu.
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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...