Jo Gartner, algures no fim de semana das 24 Horas de Le Mams de 1986, no carro onde iria sofrer o seu acidente fatal. O acidente do piloto austríaco foi o terceiro grave em 30 dias no automobilismo mundial, depois das mortes de Henri Toivonen, no rali da Córsega, no inicio desse mês, e de Elio de Angelis, a 14 de maio.
Gartner, nascido a 24 de janeiro de 1954, em Viena, tinha começado no automobilismo aos 18 anos de idade, na Formula Vê. Mas não era piloto, e sim um mecânico capacitado. Só depois de modificar um carro ao seu gosto é que se meteu no automobilismo, na Formula Super Vê europeia, acabando em terceiro lugar na edição de 1977.
A partir dali, foi para a Formula 3, e em 1980, para a Formula 2, onde andou por lá por quatro temporadas. Chegou a montar a sua própria equipa, em 1981, correndo com um chassis Toleman, conseguindo um sexto posto em Enna-Pergusa. Contudo, o seu grande ano foi em 1983, quando venceu em Pau, ficando no sexto lugar da geral, com 14 pontos. Tudo isso a bordo de um chassis Spirit.
Em 1984, Gartner tentou a sua sorte na Formula 1, mas naquele ano, a Osella só tinha inscrito inicialmente um carro. O segundo chassis só estava disponível a partir da segunda metade do ano, e Gartner acabou o GP de Itália no quinto posto, com os seus pontos a não contarem por causa disso. No ano seguinte, tentou a sua sorte na Arrows, mas eles preferiram outro compatriota, Gerhard Berger. Tentou depois noutras equipas, como a Toleman e a Osella, mas eles preferiram pilotos mais endinheirados.
Sendo assim, foi para a Endurance. A ideia dele era de fazer bons resultados para que a Porsche o pudesse contratar para a temporada de 1987, e já tinha participado na edição do ano anterior, onde chegou ao fim na quarta posição. Gartner correu ao lado de Guy Edwards e David Hobbs, num Porsche 956. No ano seguinte, voltou à carga, correndo ao lado do sul-africano Sarel van der Merwe e do japonês Kunimisu Takahashi, num Porsche 962 da Kremer Racing. Meses antes, tinha ganho as 12 Horas de Sebring, ao lado do americano Bob Akin e do alemão Hans-Joachim Stuck.
Em Le Mans, na madrugada do dia 1 de junho, por volta das duas da manhã, van der Merwe chegou às boxes para trocar de piloto com Gartner. Tudo parecia estar bem com o carro, mas poucos minutos depois, os organizadores anunciam um acidente na reta de Mulsanne, com o carro a voar para fora da pista. Era o Porsche da Kremer. No impacto, Gartner arrancou um poste telefónico e acabou alguns metros para fora, com o carro a arder. Gartner tinha tido morte imediata, com o pescoço partido no impacto.
A morte de Gartner acabou por ser a última morte nas 24 Horas de Le Mans em 27 anos, até à edição de 2013, com o acidente do dinamarquês Allan Simonsen, na primeira volta da corrida. Ficou a recordação de um piloto esforçado, com conhecimentos de mecânica e que merecia melhor sorte no automobilismo.
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