Na semana das 24 horas de Le Mans, hoje falo sobre um Jaguar desenhado para as grandes ocasiões, pois foi o carro que deu à marca a sua ultima vitória nas 24 horas de Le Mans, com as especificações do motor V12 de sete litros, o último antes da introdução do regulamento dos motores de 3.5 litros, que levou à decadência e extinção do Mundial de Endurance, em 1992. Hoje falo do Jaguar XJR-12.
Desenhado por Tony Southgate, o XJR-12 tinha um chassis feito em alumínio e um motor V12 de sete litros, desenvolvendo uma potência superior a 730 cavalos. O motor foi uma recuperação, pois o anterior V6 provou-se ser muito frágil, especialmente quando estava dentro do carro anterior, o XJR-11.
O carro ficou pronto para o Mundial de Endurance de 1990, onde alinhou ao lado da sua irmã XJR-11, com o V6 Turbo da marca britânica, onde teve resultados modestos. O XJR-12 alinhou nas 24 Horas de Le Mans, com quatro carros para as triplas constituídas por Matin Brundle, Alain Ferté e David Leslie (carro numero 1); Davy Jones, Michel Ferté e Eliseo Salazar, no carro numero 4; Jan Lammers, Andy Wallace e Franz Konrad, no carro numero 2, e John Nielsen, Price Cobb e de novo, Martin Brundle, no carro numero 3.
Numa prova onde os Saubers se primaram pela ausência, a Jaguar só tinha verdadeira concorrência com a Nissan, que tinha feito a "pole-position". Quando estes desistiram, com avarias mecânicas, e o Jaguar numero 1 teve uma avaria elétrica, o carro numero 3 rumou à vitória, com Brundle e substituir Eliseo Salazar no carro numero 3 - ele não tinha andado até então - para partilhar o triunfo, ainda por cima numa dobradinha com os pilotos do carro numero 2 no segundo posto.
Contudo, em termos de campeonato do mundo, foram esmagados pela Sauber, que alcançou o título com sobras, graças ao seu modelo C11.
Em 1991, o XJR-12 foi substituido pelo XJR-14, com o motor V12 de 3.5 litros, num ano em que entraram as novas e controversas regras que introduziram os motores de 3,5 litros, semelhantes aos da Formula 1, mas para a corrida de La Sarthe, eles voltaram à ação, de novo com três XJR-12 (e um XJR-14) na classe C2. Derek Warwick, John Nielsen e Alain Ferté estavam no carro 33, enquanto que Bob Wollek, Teo Fabi e Kenny Acheson estavam no 34, e a tripla Davy Jones, Raul Boesel e Michel Ferté estava no carro numero 35.
O XJR-14 que tinha entrada não era eficaz e foi retirado em favor dos XJR-12 e mostrou-se que tinha razão. Mas acabaram por ser batidos pelo Mazda 787B, que com o seu motor rotativo - e os menos de 200 quilos de diferença para com os Mazda - os colocavam de igual para igual, e conseguiu batê-los graças à sua maior eficiência em termos de combustível. A Jaguar ficou com o segundo, terceiro e quarto posto, a duas voltas do vencedor, mas muito frustrados pelo que tinha sucedido por causa do Mazda.
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