"Já tinha visto demasiada gente ser fritada em carros, por aquela altura. Quando passas pelos [restos dos carros de] Bandini, Schlesser, Courage e Williamson, mais um acidente daqueles foi simplesmente demais para mim. Foi uma decisão simplesmente pessoal"
Chris Amon, em 1976, falando sobre a sua retirada após o GP da Alemanha.
Quem corria na Formula 1 nos anos 60 e 70, sabia que jogava com a sua vida. Chassis leves e frágeis, segurança ao nivel zero, depósitos de combustivel ao lado dos pilotos, suficientemente frágeis para poderem romper-se em caso de acidente, era o cartão de visita para qualquer aspirante a piloto. Dizia-se que em média, um piloto não passaria por um acidente grave ao fim de sete temporadas, e um erro era a morte do artista... literalmente.
Quando Amon soube da morte de Jim Clark, em abril de 1968, ficou realmente abalado. Foi nessa altura que questionou se realmente estaria seguro andar naqueles carros, quando o melhor de todos tinha morrido numa banal prova de Formula 2. Contudo, prosseguiu.
Amon realmente retirou-se a uma idade relativamente cedo, pouco depois de completar 33 anos. Mas ele já tinha catorze temporadas em cima dele e estava cansado de andar a arriscar o pescoço por pouco mais do que uma descarga de adrenalina. E preferiu sair agora do que esperar que o destino o chamasse precocemente, como tinha acontecido a muitos. Apesar do azar em termos de Formula 1, teve sorte no meio disto tudo: ele saiu dali vivo.
A escoha da foto não foi incocente: ali, ele passava pelos restos calcinados de Roger Williamson, no GP da Holanda de 1973, com um inconsolável David Purley em primeiro plano.
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