quarta-feira, 10 de agosto de 2016

A imagem do dia

"... e aí eu freei 30,40 metros para além do que precisava, o carro ficou escorregando nas quatro rodas. Aí, mandei um gesto bacana, mandando ele tomar no cu..."

Nelson Piquet, sendo Nelson Piquet, sobre aquele que deve ser o seu melhor momento na sua carreira: a ultrapassagem a Ayrton Senna na primeira curva do circuito de Hungaroring, na edição inaugural do GP da Hungria de 1986, há precisamente trinta anos.

Perante duzentas mil pessoas, na primeira corrida por trás da então "Cortina de Ferro", Ayrton Senna conseguiu fazer a pole-position num circuito que todos descobriram ser demasiado sinuoso e demasiado estreito para poderem fazer ultrapassagens. O resultado foi que na corrida, Senna manteve-se na frente, enquanto que Piquet caia para terceiro, depois de ser passado por Nigel Mansell. O brasileiro passou apenas após a sua paragem nas boxes.

Piquet depois descobriu que tinha ritmo superior ao de Senna, mas defendia-se, especialmente na curva 1, quando conseguia ficar na "zona limpa" e prejudicava as tentativas do piloto da Williams.

Mas na volta 54, as coisas foram diferentes. E aconteceram porque Piquet arriscou. Poderia ter acabado mal e o piloto da Lotus poderia estar a comemorar nova vitória naquela temporada - tinha ganho em Jerez e Detroit - mas Piquet confiou nos pneus e no seu instinto, conseguindo controlar o carro.

Sobre isso, Jackie Stewart disse depois que "Foi como fazer um "looping" com um Boeing 747". 

E são destas coisas que ajudaram a definir os anos 80 na Formula 1.

2 comentários:

  1. Realmente fantástica a manobra!
    Tive a sorte de assistir ao vivo (pela TV claro) esse momento único!
    Concordo que o melhor da f1 ficou no passado.

    ResponderEliminar
  2. Essa é a grande ultrapassagem da prova e para quem acompanha a Fórmula 1 há décadas, tem que ser bem lembrada!!!

    ResponderEliminar

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...