Monza é um excelente lugar para falar sobre a atual situação da Formula 1 e o seu futuro próximo. E desde quinta-feira que o pelotão tem recebido noticias que estão a dar a ideia de que está a aproximar-se do final de uma geração... e mais algumas coisas interessantes, até na estrutura da categoria máxima do automobilismo.
Primeiro que tudo, falar de Felipe Massa e Jenson Button. Algum dia iria acontecer que estes dois pilotos, corredores de fundo na Formula 1, iriam pendurar o capacete e gozar mais tempo com a familia. Mas vê-los abandonar ao mesmo tempo criou um enorme buraco no mercado de pilotos, e um lugar apetecível na Williams. Se no caso da McLaren, Stoffel Vandoorne era o herdeiro natural, no caso de Massa e do lugar agora vago na Williams, as coisas são um pouco mais complicadas. Há alguns candidatos interessantes, mas já neste fim de semana, um desses possíveis candidatos já saiu de cena, quando o mexicano Sérgio Perez renovou pela sua equipa, a Force Índia.
O brasileiro Felipe Nasr é uma forte hipótese para o lugar, pois ele já foi piloto de testes da equipa, antes de rumar para a Sauber, em 2015. Com a Petrobras como patrocinadora da equipa, ela poderá querer um piloto brasileiro na dupla de pilotos para 2017, para além do dinheiro do seu patrocínio do Banco do Brasil, do qual contribui com cerca de 25 milhões de euros para a atual equipa, a Sauber. Contudo, mesmo com a possivel injeção de mais dinheiro na equipa de Frank Williams e da sua filha, Claire, poderá ser contrariada por dois pilotos interessantes, velozes... e endinheirados: o alemão Pascal Wehrlein e o canadiano Lance Stroll.
No caso de Wehrlein, a ideia de ele trocar a Manor pela Williams seria para abater um pouco mais o preço dos motores Mercedes para 2017, porque talento, ele o têm. Aos 21 anos de idade - fará 22 no próximo dia 18 de outubro - o campeão do DTM em 2015 já deu um ponto para a Manor este ano e estar na Williams seria oportunidade para o piloto protegido pela asa da Mercedes para rodar noutra equipa antes de ir para a principal num futuro próximo, quando Nico Rosberg ou Lewis Hamilton sairem da equipa.
Contudo, Wehrlein, apesar do talento e do possível alivio na conta dos motores, tem a concorrência de um piloto mais jovem ainda. O canadiano Lance Stroll, de 17 anos - fará anos no próximo dia 29 de outubro - vai ser o campeão deste ano da Formula 3 europeia, e é um piloto literalmente nascido em berço de ouro e trabalhado para ser piloto de Formula 1. Filho de Lawrence Stroll, um dos homens mais ricos do Canadá, começou a andar em monolugares em 2014, e em 2016 lidera o campeonato de Formula 3, depois de ser quinto classificado no ano anterior. É também piloto de testes e de desenvolvimento da Williams, depois de o ter sido na Ferrari, em 2015. E em 2014, venceu a Formula 4 italiana. Talento e dinheiro, o piloto têm, mas não se sabe se a Williams quer dar já em 2017 um lugar, para acompanhar aquilo que a Red Bull fez com Max Verstappen, e a Mercedes fez com Esteban Ocon.
E falando em Max Verstappen e Red Bull... a tarde deste domingo viu também o rumor vindo de alguma imprensa dizendo que este poderá ter sido a última corrida de Daniil Kvyat na Toro Rosso. O piloto russo nunca mais recuperou da despromoção da Red Bull, após o GP russo, e tem estado deprimido. Para piorar as coisas, a Toro Rosso, com os seus motores Ferrari de 2015, está em nítida recessão na grelha - está constantemente a ser batido pela... Manor - e isso não ajuda muito na recuperação da auto-confiança de Kvyat.
O possivel substituto de Kvyat seria o francês Pierre Gasly, de 20 anos - nascido em Rouen a 7 de fevereiro de 1996 - e a acontecer, ele estaria no carro já em Singapura. Ele lidera a GP2 este ano, depois de ter sido o vice-campeão na World Series by Renault em 2014, e é neste momento piloto de reserva da Red Bull. Contudo, no final deste domingo, Gasly escreveu na sua conta pessoal de Twitter que os rumores são o que são: rumores. Mas também afirmou que "espera ter em breve a sua oportunidade na Formula 1".
O terceiro grande rumor que circulou este domingo em Monza tem a ver... com a própria Formula 1. No passado dia 26 noticiei sobre a possibilidade do grupo Liberty Media comprar a Formula 1 à CVC Capital Partners por um valor a rondar os 8,5 mil milhões de dólares. As negociações andam entre avanços e recuos desde há ano e meio, mas nos últimos dias, ganharam relevo, e este domingo, ainda mais, quando se afirmou que ambas as partes estariam bem perto de um acordo. A Autosport britânica fala que um acordo pode ser anunciado nesta terça-feira, mas que isso poderá não acontecer tão cedo porque existem ofertas de duas concorrentes à CVC Capital Partners para comprar a parte de 35 por cento que lhe compete por valores mais altos.
Uma dessas concorrentes é a RSE Ventures, de Stephen Ross, e que detêm a propriedade da equipa de futebol Miami Dolphins - em associação com uma firma de investimento do Qatar - e outra é uma firma cujo nome é desconhecido. E ambos poderão nem comprar a totalidade da parte que pertence à CVC - há a possibilidade de comprarem apenas 20 por cento por cerca de cinco mil milhões de dólares.
E em caso de venda - dependendo a quem é que isto vai ser vendido - poderá significar o fim da era de Ecclestone na Formula 1. Apesar de ser dono de 17 por cento dela - metade em seu nome, a outra metade em nome da Bambino Trust - as negociações estão a ser feitas apenas em nome da CVC, sem ninguém a interferir, nem mesmo o próprio Bernie. Se a Liberty Media ficar com a propriedade do negócio, eles poderão depedir Ecclestone e colocar no seu lugar outro nome, em regime de transição, como Chase Carey, um americano de 62 anos que está associado a Fox desde 1988, com passagens pela News Corp, de Rupert Murdoch.
Contudo, a ideia de Carey por ali seria num regime de transição, pois a Liberty Media tem olhos noutro CEO mais novo e com experiência neste meio: o espanhol Alejandro Agag, o CEO da Formula E. Bem mais novo do que Ecclestone - tem 45 anos - o espanhol, que é casado com a filha do ex-primeiro ministro José Maria Aznar, já foi o dono da Addax, equipa da GP2 e desde 2013 está na frente dos destinos da Formula E. A Liberty Media comprou em 2015 a Formula E, e como é uma série que está em grande crescimento, com a inclusão dos vários construtores na série, muitos vêm o seu sucesso na formula E como o "balão de ensaio" para voos mais altos. E como ele tem menos 40 anos que o próprio Bernie...
Muitos disseram que hoje poderemos ter visto Bernie Ecclestone pela última vez num paddock da Formula 1. Eu não creio isso, porque ainda há muito mais em jogo nesta história. E ainda não deu a sua última palavra.
Uma dessas concorrentes é a RSE Ventures, de Stephen Ross, e que detêm a propriedade da equipa de futebol Miami Dolphins - em associação com uma firma de investimento do Qatar - e outra é uma firma cujo nome é desconhecido. E ambos poderão nem comprar a totalidade da parte que pertence à CVC - há a possibilidade de comprarem apenas 20 por cento por cerca de cinco mil milhões de dólares.
E em caso de venda - dependendo a quem é que isto vai ser vendido - poderá significar o fim da era de Ecclestone na Formula 1. Apesar de ser dono de 17 por cento dela - metade em seu nome, a outra metade em nome da Bambino Trust - as negociações estão a ser feitas apenas em nome da CVC, sem ninguém a interferir, nem mesmo o próprio Bernie. Se a Liberty Media ficar com a propriedade do negócio, eles poderão depedir Ecclestone e colocar no seu lugar outro nome, em regime de transição, como Chase Carey, um americano de 62 anos que está associado a Fox desde 1988, com passagens pela News Corp, de Rupert Murdoch.
Contudo, a ideia de Carey por ali seria num regime de transição, pois a Liberty Media tem olhos noutro CEO mais novo e com experiência neste meio: o espanhol Alejandro Agag, o CEO da Formula E. Bem mais novo do que Ecclestone - tem 45 anos - o espanhol, que é casado com a filha do ex-primeiro ministro José Maria Aznar, já foi o dono da Addax, equipa da GP2 e desde 2013 está na frente dos destinos da Formula E. A Liberty Media comprou em 2015 a Formula E, e como é uma série que está em grande crescimento, com a inclusão dos vários construtores na série, muitos vêm o seu sucesso na formula E como o "balão de ensaio" para voos mais altos. E como ele tem menos 40 anos que o próprio Bernie...
Muitos disseram que hoje poderemos ter visto Bernie Ecclestone pela última vez num paddock da Formula 1. Eu não creio isso, porque ainda há muito mais em jogo nesta história. E ainda não deu a sua última palavra.
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