Alan Jones faz hoje 70 anos. Todos sabem que ele foi o primeiro campeão da Williams, em 1980, e que antes disso andou em equipas como Hesketh, Hill, Surtees e Shadow, antes de correr em 1978 por Frank Williams e alcançar o auge, para depois o abandonar no final de 1981. Depois, fartou-se da reforma e tentou voltar em 1983, com a Arrows, e dois anos depois, com a Haas-Lola, antes de largar de vez, aos 39 anos.
Pouca gente sabe que Jones teve depois uma longa carreira nos Turismos australianos, sendo vice-campeão em 1992, com um Ford, e fez grandes corridas, apesar de nunca ter ganho no Bathurst 1000, por exemplo.
Mas queria recuar no tempo para um determinado momento, que está quase a fazer 40 anos. E como uma morte lhe deu a chance de ter a carreira que teve. É que no final de 1976, apesar de ter passado por três equipas e ter conseguido um quarto lugar no Japão, naquele chuvoso Grande Prémio, não ficou na equipa por causa da sua personalidade. Ele não deixava nada, nem ninguém por responder, e ele já não se dava bem com John Surtees, apesar de lhe ter dado naquele ano todos os sete pontos que a equipa teve naquele ano.
Assim sendo, decidiu ir para os Estados Unidos, correndo na Formula 5000 pela Theodore Racing, alcançando o quarto lugar do campeonato. E ele quis continuar por ali em 1977, quando Tom Pryce teve o seu acidente mortal em Kyalami. Procurando por um substituto, Jones era um piloto disponivel e veloz, ainda por cima numa altura em que a equipa tinha estreado o seu carro, o DN8.
Jones conseguiu os seus primeiros pontos no Mónaco, a mesma corrida onde teve o seu novo companheiro de equipa, um italiano chamado Riccardo Patrese, e tinha três pontos até ao dia em que se correu o GP da Áustria, em Zeltweg. Ali, aproveitou bem as condições de pista - tinha chovido, mas quando começou a corrida, a pista começava a secar - e ele tinha subido lugar atrás de lugar até chegar a segundo, quando passou o Wolf de Jody Scheckter e o Brabham de Hans-Joachim Stuck. Parecia que iria ficar por ali quando motor do McLaren de James Hunt explodiu, herdando a vitória, e sendo o primeiro australiano a vencer em sete anos, depois de Jack Brabham.
E a corrida de Zeltweg não foi um "one hit wonder": um terceiro lugar em Monza e dois quartos lugares em Mosport e Fuji fizeram-no acabar no sétimo posto, com 22 pontos, a sua melhor classificação até então. Mas as coisas na Shadow estavam más no final do ano, por causa do "golpe" que alguns dos seus elementos tentaram para retirar Don Nichols da equipa - e que depois formariam a Arrows - e Frank Williams ofereceu-lhe um lugar na sua equipa, que tinha formado com Patrick Head. E os três desenvolveram uma relação única, que lhes deu um título mundial de pilotos e dois de Construtores.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...