Desde meados do século XVI até 1999, Macau era território português. Resistiu a séculos de agitações na China, à cobiça das potências mundiais pelo território chinês, a guerras civis e outras agitações sociais, até que foi devolvido, no final do século. Foi a última pérola de um império colonial que existiu, e hoje em dia, os vestígios dessa presença ainda são existentes, apesar de estar totalmente modificado por causa da acelerada construção civil naquele território, e dos inúmeros casinos que lá existem.
Ao longo da história do GP de Macau, não houve muitos portugueses vencedores na corrida principal, a Formula 3. Ironicamente, foi depois de sairmos de lá que vimos o primeiro vencedor, com André Couto, e passaram-se mais doze anos até que António Félix da Costa subiu ao lugar mais alto do pódio na corrida macaense. Nessa altura, ele era uma esperança para a Formula 1, depois de ter feito uma grande temporada na World Series by Renault, e era piloto da Red Bull, depois de ter feito uma grande temporada.
Esperava-se que em 2013, por fim, o piloto português pudesse alcançar aquilo que estava destinado: a Formula 1, e se calhar tudo aquilo que o seu talento prometia. Não aconteceu: Helmut Marko preferiu o russo Daniil Kvyat, e depois dele, ainda apareceu o talento que eles tanto queriam, na figura de Max Verstappen. Ironicamente, o holandês, para chegar à Red Bull, deu um chuto no rabo do piloto russo...
Mas António Félix da Costa foi à sua vida. Fechou o capitulo da Formula 1, foi para a Formula E, andou na DTM, sempre a vencer corridas e mostrando o seu talento. Agora aos 25 anos, ele voltou à Formula 3 para disputar a corrida macaense, e demonstrou que não tinha perdido o jeito à coisa, ao dominar a corrida e subir ai lugar mais alto do pódio, batendo o sueco Felix Rosenqvist e o brasileiro Sergio Sette Câmara, este último, piloto da Red Bull Jumior Team.
E para melhorar as coisas, a corrida da TCR (Touring Car Series), que teve ali a sua ronda de encerramento, teve também como vencedor um português: Tiago Monteiro. O piloto do WTCC fez uma perninha na Honda, ao serviço da West Coast Racing, e depois de um terceuro lugar na primeira corrida, foi o melhor na segunda, mostrando todo o seu talento, apesar de ele ter sido apenas um mero convidado neste campeonato. Mas deu a primeira vitória de um piloto português nesta nova competição.
É bem interessante ver a bandeira portuguesa no lugar mais alto do pódio e o hino a ser tocado num sitio onde um dia, os portugueses tiveram a sua presença. E o Grande Prémio, quer queiramos, quer não, também é um legado da presença portuguesa naquelas bandas.
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