terça-feira, 8 de novembro de 2016

O efeito Sroll

Lance Stroll (e os 72 milhões que o seu pai gastou até agora) causaram consequências no Canadá. Para além de terem o seu primeiro piloto na Formula 1 em onze anos, depois de Jacques Villeneuve, os organizadores do GP do Canadá disseram que a Formula 1 andará por ali não só em 2017, mas também nos anos seguintes. Apesar de ser uma corrida popular, num circuito popular como é o Gilles Villeneuve, em Montreal, a sua realização sempre esteve na corda bamba por causa do (muito) dinheiro que Bernie Ecclestone exige aos organizadores.

Contudo, a entrada de Stroll fez com que as empresas locais começassem a investir no Grande Prémio e os organizadores estão mais confiantes de que a corrida ficará no lugar por muitos e bons anos.  “A única coisa que posso dizer é que está iminente o anúncio [da permanência em 2017] e neste momento já falamos sobre a permanência a longo prazo”, afirmou o promotor François Dumontier.

Quem também anda a elogiar Stroll é o próprio Jacques Villeneuve. Apesar das cautelas que ele tem sobre ele acerca do facto de ser filho de milionário, ele não tem culpa por ser quem é. “Eu disse que o dinheiro não compra talento e mantenho essa afirmação”, disse Villeneuve ao Journal de Montreal. “Mas o dinheiro não significa que não tenhas talento", continuou.

Analisando a sua carreira, Villeneuve disse que a sua vitória na Formula 3 não é curriculo que chegue para dizer que tem talento, e o seu sucesso pode não ser imediato, pois em 2017, ele irá mais para aprender alguma coisa. 

Existem tantos pilotos que venceram a Formula 3, mas nada daí em diante. E outros que nada fizeram na Fórmula 1 e foram lá bater. Resta saber como o Lance irá evoluir psicologicamente na Fórmula 1. Ele já não vai ser protegido pelo pai e terá antes que lidar com as situações sozinho. Ele é muito rápido e talentoso, mas ainda não aprendeu a sofrer. O Lance lutou para vencer corridas, mas ainda não lutou para sobreviver no desporto motorizado. Ainda não terminou a sua aprendizagem, e estou ansioso por ver como irá reagir”.

E no final, elogiou o seu pai Lawrence, pelas suas escolhas: “Ele fez as opções corretas e foi capaz de preparar o seu filho, que em troca correspondeu”.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...