Paul Rosche, o engenheiro alemão que ajudou a colocar o BMW na Formula 1, nos anos 80, dando um título de pilotos a Nelson Piquet, em 1983, morreu esta terça-feira aos 82 anos de idade, em Munique. As causas da sua morte não foram adiantadas.
Nascido a 1 de abril de 1934, Rosche chegou à BMW no inicio de 1957 - logo após ter concluído os seus estudo de engenharia - como preparador de motores, debaixo da supervisão de Alexander von Falkenhausen. ajudando a montar o departamento de competição da marca bávara. Foi especialista em afinar eixos de comando, que lhe deu o apalido de "Nocken Paul". Foi a partir dali que Falkenhausen lhe pediu para transformar o mero motor M10, de 1.5 litros, que debitava... 80 cavalos, para o alimentar para uns meros 130 cavalos, com sucesso.
O motor foi usado no departamento de competição - agora o departamento M - e em 1969, colocou um motor de dois litros no modelo 2002, que deu o título Europeu de carros de Turismo. Nesse ano, estavam na Formula 2, mas o programa parou de forma temporária após a morte de um dos seus pilotos, Gerhard Mitter, num acidente no Nurburgring Nordschleife, no fim de semana do GP de formula 1.
Contudo, foi sol de pouca dura, pois pouco depois, o investimento na competição voltou. Esse motor voltou para a Formula 2 europeia, tornando-se num dos mais dominantes dos anos 70, com a ajuda dos chassis March. Algumas dessas vitórias foram ganhas por pilotos da Junior Team da marca alemã, como Manfred Winkelhock, Marc Surer ou Eddie Cheever.
Por esta altura, em 1975, Falkenhausen retirava.se e Rosche ficou a tomar conta do departamento de competição, ajudando a desenvolver os motores para o M1 Procar Series, em 1979 e 80. Pouco depois, como diretor técnico, ajudou a introduzir e desenvolver o motor de quatro cilindros em linha, que fez entrar na Formula 1 em 1982, através da Brabham. No ano seguinte, com Nelson Piquet ao volante, alcançou o título de pilotos. Os motores BMW andaram também nos carros da ATS e da Benetton, sendo que alcançou a sua última vitória no GP do México de 1986, às mãos de Gerhard Berger.
Rosche teve a ajuda de outros engenheiros como Jochen Neerparch e perguntado certo dia sobre a potência do motor, ele afirmou certo que que "deverá andar pelos 1400 cavalos, mas nunca lá alcançamos, porque o nossos dinamómetro só nos permite chegar aos 1280 cavalos". Ao todo, a BMW alcançou nove vitórias com aquele motor, entre 1982 e 1987.
Após a aventura da Formula 1, ele ajudou a desenvolver o motor de seis litros que colocou em alguns protótipos, entre o McLaren F1. A ideia de colocar esse motor surgiu quando se cruzou com Gordon Murray, que na latura desenhava os carros da McLaren, e precisava de um motor para meter no F1, depois de não ter conseguido um fornecimento da marta da Honda. O motor foi bem sucedido o suficiente para vencer as 24 Horas de Le Mans em 1995 e 1999. Depois disso, ainda ajudou a desenvolver o motor para o Williams FW22 de 2000, que assinalou o regresso da BMW à Formula 1, antes de se retirar para gozar uma merecida reforma.
Em 2013, esteve em Goodwood para ver andar de novo o Brabham BT52 que deu o título mundial ao piloto brasileiro, e ajudou a fazer funcionar aquele motor mais uma vez.
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