Depois de muitas especulações sobre o futuro da Faraday Future, o consórcio sino-americano que pretende construir carros elétricos - e autónomos - e das duvidas que existem sobre se há dinheiro para construir a fábrica que estão a fazer no estado do Nevada, entre outras coisas, a marca por fim apresentou o seu novo carro, o FF 91 (lê-se nove um e não novente e um, dizem eles)
O carro foi apresentado no CES (Consumer Electronics Show) em Los Angeles, na madrugada de terça para quarta-feira, e é basicamente a mistura de um SUV com uma berlina de luxo. A ideia é produzi-lo em 2018, mas já abriram encomendas para o modelo. Eles reclamam de uma aceleração de 0 aos 100 em meros... 2,5 segundos (!) e prometem fazer baterias de alta densidade com autonomia até 700 quilómetros. O sistema, com baterias colocadas ao longo do automóvel, apresenta uma potência que poderá ir até aos mil cavalos, e as baterias podem ser carregadas na sua totalidade em menos de quatro horas.
O habitáculo tem grandes dimensões, as portas são em forma de portão, que garantem um acesso fácil ao interior, tem bancos traseiros reclináveis e ajustamentos para otimizar o espaço para as pernas e apoio lombar, bem como funções de massagem, aquecimento e ventilação. Há um tejadilho panorâmico em cristais líquidos, que pode se tornar transparente ou opaco conforme as necessidades dos ocupantes.
E então? No papel, é um concorrente sério do Tesla, e nesse campo, os engenheiros fizeram um bom trabalho. Mas também o Fisker Karma parecia ser um concorrente sério ao Tesla Modelo S e entrou em falência em 2014, e agora tenta reerguer-se como Karma, e com dinheiro... chinês. Contudo, ao ler as impressões que os jornalistas do Jalopnik tiveram quando foram à apresentação foi que há dúvidas por esclarecer. Não foi mostrado o interior, a tentativa de fazer uma demonstração de estacionamento autónomo foi um fracasso embaraçante, e tudo indica que aquele carro não é um modelo pronto para a produção. Claro, eles dizem que o carro estará à venda em 2018, mas a Tesla fez apresentações semelhantes no passado, com os seus modelos (o X e o 3) e todos puderam ver todos os aspectos desses modelos.
E isso não ajuda muito aos recentes rumores de que não há dinheiro para desenvolver tudo aquilo que a marca anda a fazer. Há salários em atraso, membros da equipa - engenheiros a diretores - que estão a abandonar o barco porque... o dinheiro acabou, e a fábrica que deveriam estar a construir no Nevada está parado desde meados de dezembro.
Este carro é capaz de ter chegado demasiadamente tarde.
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