Algum dia tinha de acontecer, mas com ele a protestar durante tanto tempo acerca desse assunto, eu pensava que o seus dias na Formula 1 só terminariam com a sua morte. Mas não. Tudo indica nesta segunda-feira que, após mais de 40 anos, Bernie Ecclestone se vai embora da Formula 1. Aos 86 anos de idade, o britânico, ex-dono da Brabham e o detentor dos direitos comerciais até à chegada da Liberty Media, no passado mês de setembro, irá sair pelo seu próprio pé, mesmo depois de terem pedido para que ficasse por ali até, pelo menos, 2018, altura em que - caso estivesse vivo - teria 88 anos.
No comunicado oficial, a Liberty Media agradeceu a Bernie Ecclestone pelo seu papel ao longo dos últimos 40 anos, e o próprio Bernie reconhece o seu legado.
"Eu gostaria de reconhecer e agradecer a Bernie pela sua liderança ao longo destas décadas. O desporto é o que é hoje por causa dele e da talentosa equipa que liderou, e ele sempre será parte da família da Formula 1. O papel de Bernie como 'presidente emérito' é benéfico para sua enorme contribuição para o desporto e estou grato por sua visão e orientação contínuas enquanto construímos a Formula 1 para o sucesso a longo prazo", declara Chase Carey no comunicado oficial da Liberty Media.
"Estou orgulhoso do negócio que eu construí nos últimos 40 anos e tudo o que consegui com a Fórmula 1, e gostaria de agradecer a todos os promotores, equiaes, patrocinadores e companhias de televisão com quem eu trabalhei. Estou muito satisfeito que o negócio tenha sido adquirido pela Liberty e que pretende investir no futuro da Formula 1", disse, em jeito de despedida.
Contudo, falando a outros meios de comunicação social, a atitude de Bernie parece ser outra, bem menos de "fair-play" e bem mais de amargura.
“Fui deposto hoje. Vou embora, isso é oficial. Não dirijo mais a empresa. Minha posição foi assumida por Chase Carey”, disse numa entrevista à Auto Motor und Sport alemã. “Meus dias no escritório estão ficando um pouco mais calmos agora. Ainda tenho um monte de amigos na Formula 1. E eu ainda tenho dinheiro suficiente para poder pagar uma visita a uma corrida”, continuou.
“Minha nova posição é agora uma expressão americana. Uma espécie de presidente honorário. Vou assumir esse título sem saber ao certo o que significa”, concluiu.
Apesar de ser Chase Carey a ficar com o seu lugar por agora, é provável que tenha mais companhia, neste caso por Sean Bratches, que será o "manager" e Ross Brawn, ex-diretor técnico da Ferrari e Mercedes, bem como o proprietário da Brawn GP, em 2009, onde venceu ambos os títulos de pilotos e construtores. Nesse campo, Brawn será o diretor técnico e comercial.
Agora, abre-se uma nova era na Formula 1, e os donos da Liberty Media já disseram que pretendem que seja um pouco mais justa em termos de distribuição de dinheiro. Já avisaram à Ferrari que irá perder os cem milhões de dólares que recebe todos os anos, ainda antes de fazer o primeiro parafuso do carro desta temporada...
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