Mário Poltronieri, o mítico comentador televisivo da Formula 1 para a RAI italiana, morreu esta quarta-feira aos 87 anos na sua casa de Milão. Foi comentador dos Grandes Prémios por 23 anos, entre 1971 e 1994.
Nascido a 23 de novembro de 1929 na mesma cidade, o seu pai foi Alberto Poltronieri, um dos mais conhecidos violinistas do país, foi piloto de automóveis na década de 50, especialmente na Abarth, onde foi piloto de testes. Entre 1954 e 57, ajudou a conseguir 112 recordes de velocidade pela marca, antes de passar para a televisão, especialmente a partir de 1961, num programa chamado "Ruote e Strade", onde ensinava dicas de condução. Com o tempo, passou para o comentário, primeiro no basket, depois naquilo no qual era o seu lugar, o automobilismo.
Em 1971, torna-se comentador dos Grandes Prémios de Formula 1, primeiro a solo, depois com outros colaboradores, desde o ex-piloto Clay Regazzoni até outros colegas como Ezio Zermiani, passando por Gianfranco Palazzoli, comentou mais de 400 Grandes Prémios ao longo da sua carreira, muitos deles terminando com vitórias da Ferrari, desde Jacky Ickx a Alain Prost, passando por Niki Lauda, Gilles Villeneuve, Michele Alboreto e Gerhard Berger, entre outros.
Mesmo depois de reformado, em 1994, Poltronieri continha a ser chamado para diversos programas na área, quer na RAI, que depois noutros canais, como a Eurosport. Mas o mais interessante é ver que em 1999 se envolveu na politica, nomeadamente nas eleições europeias desse ano, num partido do centro, liderado por Lamberto Dini. Contudo, não conseguiu ser eleito.
Com o tempo, Poltronieri teve a mesma aura mística que tem Murray Walker na Grã-Bretanha, Heinz Pruller na Áustria ou Galvão Bueno no Brasil. A sua longevidade e a sua voz entrou na mente de uma geração de pessoas que se sentava nas mesas das famílias daqueles domingos à hora do almoço, no centro da Europa. De uma certa forma, naquele país, é maus um pedaço da sua infância que se vai. Ars lunga, vita brevis, Mário.
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