Toda a gente já viu que a McLaren poderá ter mais um ano difícil. O motor Honda foi redesenhado, e esperava-se que teria potência o suficiente para começar a andar ao nível da concorrência, e de uma certa forma, recuperar o nome da marca, agora que se acabaram de livrar de Ron Dennis e tentam iniciar uma nova era na Formula 1. Mas depois dos testes de Barcelona, tudo indica que o carro é um desastre, e o motor faz parte disso.
Os testes mostraram que a resistência não é grande coisa - o máximo que tiveram foi de onze voltas seguidas - mas os responsáveis da Honda já disseram que em Melbourne surgirá uma nova versão desse motor que estará mais evoluido do que aqueles que apareceram nos testes, mas por agora, estão muito longe da Mercedes e da Ferrari. E para piorar as coisas, uma terceira temporada com os japoneses, sem vitórias e sequer pódios, poderá ser demais para uma relação que está cada vez mais tensa e distante. E tal coisa já se falava desde esse tempo.
Esta semana o jornal britânico Daily Mail fala que o acordo, que foi assinado até... 2024, poderá ser abreviado até ao final deste ano, caso a McLaren queira. E numa altura em que o novo proprietário anda a romper com o passado de Ron Dennis, este poderá ser um deles.
"A McLaren tem um acordo de longo prazo com a Honda, até 2024, mas é sabido que há cláusulas de rompimento de ambos os lados. Se a McLaren desejar rompê-lo, poderá faze-lo no fim deste ano", destaca a publicação britânica. "Da mesma forma, se a Honda sentir que seus problemas estão causando mais danos à imagem do que podem encarar, eles também podem romper laços. (Porém), os dois lados querem evitar o cenário apocalíptico, demonstrando compromisso público um com o outro".
Contudo, outro jornal fala que caso ambas as partes continuem em 2018, poderão perder Fernando Alonso, pois este também tem uma clausula que diz que poderá sair da equipa antes do final do acordo atual, que termina este ano. E caso fique, isso poderá querer dizer que a McLaren romperá o acordo com a Honda. Em suma, para que um fique, o outro tem de se ir embora.
E as coisas não estão fáceis. A Honda usou cinco motores em Barcelona e todos falharam ou apresentaram defeitos. E no melhor deles todos, descobriu-se que tem menos 50 cavalos do que os usados em Abu Dhabi, no ano passado, e é 30 km/hora mais lento do que a concorrência. Logo, parecem ser candidatos às últimas filas, o que não é muito bom para o piloto espanhol...
E isto tudo já teve baixas: na semana passada, soube-se que o consultor da Honda, Gilles Simon, foi dispensado das suas funções. Mas aí só demonstra outra coisa, mais tipica da cultura japonesa: a relutância em receber ajuda externa. E certas ideias pré-concebidas dentro da propria marca poderão ser o grande problema, pois não aceitar estrangeiros - ou estranhos à cultura da Honda - para resolver os seus problemas, poderá ser a razão porque o motor tem tantos destes problemas, ou é tão frágil. Provavelmente, feitas as contas, a grande conclusão é que isto pode não ter saída. A não ser que a próxima evolução do motor mostre um progresso verdadeiro e palpável e dê esperança para os lados de Woking.
Contudo, o mais interessante - pelo menos é o que fala a Autosport sobre este tema - é que, caso McLaren e Honda rompam o seu acordo, as outras fornecedores de motores serão obrigados a dar um motor competitivo. Ferrari, Mercedes e Renault terão de dar um motor - desde que se cumpram certas condições. A perspectiva é interessante, porque poderá surgir numa espécie de "sorteio", algo do qual um insider sarcástico sugeriu que tal acontecesse ao vivo no canal da Formula 1 no Facebook só para adicionar mais espectadores...
Uma coisa é certa: 2017 será uma temporada bem complicada para Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne.
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