Por fim, chegou o dia do Grande Prémio. Em Melbourne, os carros de mais uma nova temporada de Formula 1 estavam presentes não só para disputarem esta prova de abertura do campeonato, como também estavam a abrir uma nova era na categoria máxima do automobilismo. Novos carros, de design mais agressivo, estavam na pista, enquanto que a própria Formula 1 tinha uma nova gerência, que tem como intenção abrir o automobilismo para o povo. As primeiras iniciativas, mais simbólicas do que outra coisa, foram aplaudidas, sinal de que gostaram deste sinal de abertura.
Contudo, o grande momento foi aquele da partida, pois depois de tanto tempo em especulações, testes, explicações e outros tinha chegado ao fim, iríamos por fim ver os carros em ação. Mas esse grande momento começou... vinte minutos antes, quando o carro de Daniel Ricciardo foi para as boxes, por causa de problemas mecânicos, e só saiu de lá após a largada, com uma volta de atraso, pelo menos.
Quando o resto dos carros lá arrancou, rumo à primeira curva... teve de abortar, fazendo com que dessem mais uma volta na pista. E claro, o número de voltadas dadas reduziu-se para 57. Hamilton fez uma largada segura e ficou com a liderança, com Vettel e Bottas a seguirem-no, enquanto que atrás, Kevin Magnussen começava mal a sua passagem pela Haas, com uma colisão no Sauber de Marcus Ericsson. O dinamarquês continuou, o sueco ficou.
No final da primeira volta, via-se que os Ferrari tinham um bom ritmo de corrida, especialmente Vettel, que não largou os Mercedes, qual cão obcecado por osso. Enquanto que Stoffel Vandoorne ia às boxes para resolver problemas de suspensão do seu McLaren, Vettel tentava não deixar de Hamilton se descolasse e ganhasse uma vantagem que não fosse comprometedora. As coisas andaram assim entre os dois primeiros enquanto que, atrás, na volta 13, uma fuga de água impedia Romain Grosjean de prosseguir, quando tinha tudo para pontuar nesta corrida e repetir a façanha de 2016.
Hamilton chegou à boxe na volta 18, deixando Vettel na liderança. O inglês saiu das boxes com pneus moles, enquanto que o alemão tentava voar com o seu Ferrari, tentando voltar na frente do piloto da McLaren quando fosse a sua vez. Enquanto isso não acontecia, o inglês colou-se na traseira de Verstappen, e tinha dificuldades em o passar. E foi assim até à volta 23 quando o alemão foi para as boxes e ficou na frente de Max, e mesmo pressionado à saída da boxe, ficou na frente de ambos. A estratégia resultara.
Depois, Bottas e Verstappen foram às boxes na volta 25, e na volta 28, o alemão estava a seis segundos de Hamilton, enquanto que este estava distanciado da mesma forma que Bottas... enquanto que Ricciardo desistia na volta 29, vitima de despiste, para desilusão dos locais. A partir daqui, as coisas ficaram bem mais calmas, o que no mundo da Formula 1 significava... aborrecimento.
Nas voltas seguintes, as únicas coisas interessantes que vimos foram o Bottas a aproximar-se de Hamilton, enquanto que Alonso tinha o carro no último lugar pontuável e era pressionado por Esteban Ocon, o segundo piloto da Force India. E na volta 44, Lance Stroll abandonava de vez esta corrida.
Na frente, ficou tudo na mesma. A estratégia da Ferrari resultou na perfeição e o alemão corria sem problemas, tranquilo, levando o carro até à meta. E até ao fim, o grande momento foi na luta pelo décimo posto, com Alonso a segurar Ocon de tal forma que Hulkenberg encostou a ambos. O grande momento foi ver esses três carros lado a lado na reta da meta, com o francês a levar a melhor. O espanhol queixou-se pouco depois de problemas no seu carro, encostou-o à boxe e abandonou.
No final, Vettel levou o carro até à meta, dando à Ferrari a sua primeira vitória em ano e meio, na frente os Mercedes e do Red Bull de Max Verstappen. Como seria de esperar, todos estavam exultantes nas boxes da Scuderia, que começava com o pé direito a longa temporada que temos pela frente. A Mercedes parecia que tinha sido batida na estratégia, mas Lewis Hamilton estava na frente de Valtteri Bottas, logo, nem tudo estava perdido para o inglês.
Atrás deles, havia Verstappen, Raikkonen, Felipe Massa - numa corrida tranquila para o brasileiro - Sergio Perez, os dois Toro Rosso, e Esteban Ocon, que conseguia aqui o seu primeiro ponto da sua carreira. Agora, dentro de duas semanas, a Formula 1 estará de volta, em paragens chinesas, para ver se esta vitória de Maranello foi um acaso, ou o chassis deste ano vai ser um dos que vale a pena expor um dia no museu da marca.
E uma coisa interessante: já repararam que houve mais gente na pista e nas cerimónias pré-pódio? Pois é, não ficaria admirado que a nova gerência tenha colocado ali o seu dedo...
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