terça-feira, 6 de junho de 2017

A(s) image(ns) do dia




Aí está ele. Era uma imagem do qual muitos esperaram seis anos e meio para que acontecesse. Embora este seja um carro de 2012, servia perfeitamente para que Robert Kubica pudesse dar as suas voltas num carro de Formula 1, para saber até que ponto é que estaria recuperado do horrivel acidente que teve em fevereiro de 2011, no rali Ronda di Andora, em Itália, quando o guard-rail atravessou o seu Skoda Fabia S2000 e o mutilou sériamente no seu braço direito, ao ponto de ficar limitado em termos de movimentos. Por estes dias, circulou uma foto do seu braço direito, e podia ver-se que a cicatriz percorria a sua totalidade.

A reabilitação foi longa, mas Robert Kubica decidiu ir para os ralis, porque era mais fácil ter uma reabilitação e satisfazer a sua sede de competição. Deu-se bem, vencendo na categoria, mas ele ficou mais conhecido pelos seus acidentes do que pelos resultados, andando num Ford Fiesta WRC. No inicio de 2016, largou os ralis e deixou de se ouvir por uns tempos, até que no final do ano, começou a fazer testes em vários tipos de carro. Primeiro, num LMP1 da Kolles, depois num GP3, depois num Formula E, em Donington Park, e agora, em Valencia, num carro de Formula 1.

Ele fez 115 voltas no carro, e no final, “queixou-se da aderência, subviragem e da força aerodinâmica”. Porém, garantiu a equipa, “tinha o maior sorriso após as 115 voltas” que efectuou. Claro, logo se começou a ouvir que ele iria substituir Joylon Palmer a meio do ano, por causa dos seus resultados decepcionantes. O carro não ajuda muito, mas acho que é um tremendo exagero dizer tal coisa. Creio que o teste é uma cortesia da Renault, que substitui a Lotus em 2015, e era a sua equipa quando teve o acidente. E depois, nada sabemos sobre até que ponto ele estará em forma para poder andar num carro destes. Sempre disse que tinha dificuldades em virar, que o seu cotovelo ficou muito afetado pelo acidente, mas também se soube que ele andou imenso tempo em simuladores, incluindo uma temporada no da Mercedes, dando algumas dicas no desenvolvimento dos carros campeões do mundo.

Resta saber no que isto irá dar. Se ele se cansou fisicamente de andar no carro, se sentiu dores persistentes dos quais não o impediram de andar ainda mais. Como viram e leram anteriormente, não. Sabe-se que, destes testes todos que fez desde o inicio do ano, que esteve prestes a entrar no carro da Kolles, antes de se retirar do projeto - o carro é assustadoramente lento! - e que os pilotos da Formula E já disseram que gostariam de o ver num dos seus carros, nessa competição, mesmo que fosse a partir da próxima temporada. Resta saber se está em forma, porque se estiver...

Contudo, independentemente disso, há que se dizer o seguinte: este é um dia muitos esperavam desde 2011. De uma certa forma, temos de aplaudir este regresso. Mesmo que seja simbólico.

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