A corrida canadiana é sempre um lugar fora do vulgar. Eu digo sempre há anos que aquele circuito deve pertencer ao espírito de Gilles Villeneuve, porque as coisas que acontecem ali não são normais, tal como não era o piloto canadiano, em termos de pilotagem e atitude na pista. Vimos sempre corridas invulgares, num parque onde esquilos e marmotas aparecem na pista sem problemas e onde gaivotas pousam na pista para poderem ver os carros o mais próximos possível.
Mas não são só os animais que acontecem coisas estranhas: os seres humanos também têm algumas coisas anormais. E ontem, por exemplo, nem foi excepção. Um comissário de pista tropeçou quando estava a empurrar o Red Bull de Max Verstappen, e dois fotógrafos apareceram em área proibida para fazerem o seu trabalho. Os equívocos foram desfeitos e esperava-se que a qualificação fosse... humanamente normal.
Mas não são só os animais que acontecem coisas estranhas: os seres humanos também têm algumas coisas anormais. E ontem, por exemplo, nem foi excepção. Um comissário de pista tropeçou quando estava a empurrar o Red Bull de Max Verstappen, e dois fotógrafos apareceram em área proibida para fazerem o seu trabalho. Os equívocos foram desfeitos e esperava-se que a qualificação fosse... humanamente normal.
Debaixo de sol e temperaturas de verão, a qualificação começou de forma interessante. É que os Ferraris decidiram ir de forma diferente, quando calçaram super-moles, enquanto que o resto andava de ultra-moles. Provavelmente era para ver se poupavam um jogo de pneus, mas Kimi Raikkonen queixou-se da estratégia, porque não só não lhe permitiu marcar um tempo decente, como ele quase terminou a qualificação, quando tocou ligeiramente no muro na curva 6. Felizmente, sem consequências.
O final da Q1 foi antecipado porque Pascal Wehrlein perdeu o controlo do seu Sauber, batendo no muro e fazendo com que a sessão terminasse prematuramente. E os eliminados foram... os Sauber de Marcus Ericsson e Pascal Wehrlein, o Williams de Lance Stroll, o McLaren de Stoffel Vandoorne e o Haas de Kevin Magnussen.
Na Q2, depois dos primeiros milhos para os pardais, Hamilton começou a marcar um tempo, antes de Hamilton marcar 1.12,496. Pouco depois, Sainz saiu de pista, mas conseguiu voltar, sem estragos. Raikkonen conseguiu mais 84 centésimos, com ultra-brandos calçados. Vettel fez o quarto melhor tempo, mas sofreu um ligeiro despiste e passou algum tempo nas boxes. Na segunda parte, com um pouco mais de calor na pista, não houve grandes melhorias, mas no momento final Daniil Kvyat sofreu um furo no pneus traseiro direito, depois de ter tocado no muro na curva 9.
O russo foi um dos que ficaram de fora da Q3, acompanhado pelo seu companheiro de equipa, Carlos Sainz Jr, pelo McLaren de Fernando Alonso, o Haas de Romain Grosjean, e o Renault de Joylon Palmer.
Agora na Q3, a grande incógnita era saber se o tempo de Hamilton para manter ou os Ferrari tinham algo na manga. Contudo, o inglês faz 1.11,791, e bate o recorde de pista de Montreal. Raikkonen tentou contrariar, mas não conseguiu, bem como Vettel. Valtteri Bottas conseguiu um tempo 386 centésimos pior do que o seu companheiro de equipa, mas ficou no segundo posto, arriscando ficar com o monopólio. Os Ferrari tentavam, mas não conseguiam, e o alemão conseguiu um tempo... quatro milésimos mais lento, interferindo entre os Mercedes. Ficou perto, mas não alcançou.
E Hamilton ainda teve tempo para voltar à pista e de melhorar o seu tempo: 1.11,459. Recorde de pista e a 65ª pole da sua carreira, sendo o segundo piloto a alcançar as poles de Ayrton Senna. Dez anos depois de alcançar a sua primeira pole no mesmo local. Vettel larga ao seu lado, com Bottas em terceiro e Raikkonen em quarto. Os Red Bull ficaram com a terceira fila, seguido de Massa, os Force India e Nico Hulkenberg.
E no final, reconhecendo o feito, a organização deu uma prenda inesperada a Hamilton: uma réplica do capacete de Ayrton Senna, semelhante a que usou na temporada de 1987. Claro, o inglês, admirador do brasileiro, ficou comovido pelo gesto.
Amanhã vai ser uma corrida interessante, num circuito interessante. E com este equilíbrio entre Mercedes e Ferrari, tudo indica que esta corrida vai ser bem interessante de se ver. Isso, e como sabem, a ideia que tenho de que aquele circuito anda com o espirito do Gilles por lá, acho que pode ser mais uma daquelas corridas muito pouco aborrecidas. Mas também, não temos motivos de queixa desta temporada, não é?
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