A história da ronda azeri poderia começar com a ideia de que esta poderia ser uma corrida aborrecida, numa pista relativamente aborrecida e demasiado longa para este campeonato - tem seis mil metros, a segunda mais longa do campeonato. Contudo, os eventos que aconteceram fizeram com que essa ideia caísse por terra. Toques, acidentes, entradas constantes do Safety Car e uma polémica entre os dois primeiros classificados, foi o "prato do dia" desta corrida de Baku, uma das mais agitadas do ano e com um final invulgar, com Daniel Ricciardo a ser o vencedor, e Lance Stroll a conseguir o seu primeiro pódio, ao fim de oito corridas, sendo o mais novo de sempre.
E tudo isto começou logo na partida. Quando as luzes se apagaram, Lewis Hamilton ficou na frente, seguido por Sebastian Vettel - mantiveram as posições na grelha - mas atrás, houve toques e acidentes. Primeiro, Carlos Sainz Jr. fez um pião que o faz ir para o final do pelotão, e depois, Valtteri Bottas e Kimi Raikkonen tocaram-se na Curva 2, com o finlandês da Ferrari a tocar no muro, enquanto que o da Mercedes sofria um furo e danos na asa dianteira. Quem beneficiou disto tudo foi Sergio Perez, que agora era terceiro, no seu Force India. Bottas arrastou-se até às boxes e perdeu uma volta, enquanto que Raikkonen continuou, aparentemente, sem danos.
Pouco depois, Daniel Ricciardo também teve de parar para trocar de pneus, provavelmente por causa de um furo lento, e fez cair até ao final do pelotão. Na frente, Hamilton estava na frente de Vettel, enquanto que Joylon Palmer acabou por ser a primeira desistência da corrida, na volta 8, arrastando-se até às boxes.
Nas voltas seguintes, outros pilotos tiveram problemas. Na volta 10, Kvyat ficou sem travões, e duas voltas depois, foi a vez de Verstappen voltar a ter problemas de motor, que o fez arrastar-se na pista e perder posições. E foi na altura em que entrou na pista o Safety Car. Foi a melhor altura para que trocassem pneus. Foi o que fizeram quase toda a gente do pelotão, incluindo Verstappen, que aproveitou para parar de vez.
O Safety Car ficou o tempo suficiente para tirarem o Toro Rosso da pista, o que aconteceu na volta 16.... e por algumas centenas de metros. Saíram destroços do carro de Kimi Raikkonen e ficaram no meio da pista, logo, tiveram de os limpar para que voltem à pista. Na volta 20, o Safety Car voltou às boxes, mas antes disso, Hamilton baixou demasiado a velocidade (um aparente brake test) para que Vettel tocasse por duas vezes no carro do piloto inglês. Mas o pior veio depois, quando na Curva 3, os Force India de Esteban Ocon e Sergio Perez se auto-destruem, acabando com as excelentes corridas que estavam a fazer até então. Perez caiu para o último lugar, Ocon ficou sem asa dianteira, trocou e continuou.
Atrás, Kimi Raikkonen ficou sem pneu traseiro direito e tentou voltar às boxes ao melhor estilo "Gilles Villeneuve em Zandvoort 79". Lá chegou, mas os mecânicos optaram por retirar. Contudo, aconteceu no preciso momento em que, por causa os destroços espalhados por todo o lado, depois de algumas voltas, a bandeira vermelha foi mostrada.
Com o passar dos minutos, os carros foram reparados, a pista foi limpa, e pelas 18:15 locais (15:15 por estas bandas) e alguns dos pilotos que tinham parado, como Raikkonen e Perez, conseguiram reparar os seus carros e voltarem à corrida.
Quando voltaram, na volta 24 (!), Ricciardo conseguiu passar os Williams para ser terceiro, enquanto que Hulkenberg era sexto. Massa, que estava com problemas na sua suspensão, arrastava-se, ao mesmo tempo qie Hulkenberg sofria um toque e ficava de fora. E só estávamos na volta 25...
Depois disto, a bizarria continua. Na volta 29, o apoio da cabeça de Hamilton começou a soltar-se e apesar das tentativas, o inglês teve de ir às boxes para trocar e entregar o comando para Vettel. Mas ao mesmo tempo que isso acontecia... Vettel tinha dez segundos de penalização, que a Ferrari decidiu que teria de o cumprir nas boxes, na volta 33. Ele acabaria por sair na frente de Hamilton, que era o que interessava.
E na frente da corrida... estava Daniel Ricciardo, com Lance Stroll em segundo e Kevin Magnussen em terceiro!
Vettel e Hamilton começaram a subir posições, passando Alonso e Magnussen, com Bottas e Ocon pela frente. O finlandês era terceiro na volta 40, conseguindo passar o francês da Force India, e parecia que queria mais livrar-se dos outros pilotos do que fazer de "tampão". Lá conseguiu distanciar-se o mais que podia, mas na parte final da corrida, parecia que tudo estava decidido em termos dos três primeiros.
Parecia... até a duas voltas do fim. Bottas esforçou-se para apanhar Stroll, enquanto que Vettel tentava aguentar Hamilton. Houve suspense no momento da meta, quando Ricciardo ficou com o lugar mais alto, e Bottas conseguiu "in extremis", ficar com o segundo lugar de Lance Stroll. Mas Vettel ficou em quarto, na frente de Hamilton, o suficiente para ganhar mais alguns pontos na luta pelo campeonato.
E atrás, mais algumas novidades: Fernando Alonso chegou ao fim na nona posição, dando por fim os primeiros pontos do ano à McLaren, e Pascal Wehrlein ficou com o décimo posto, mais um ponto para a Sauber, a equipa que nesta semana viu Monisha Kalternborn sair de cena.
No final, a corrida azeri tornou-se mais interessante do que aparentava. Mas já se esperava, dada a estreiteza da pista. Contudo, as tretas que aconteceram depois, com o "caldo entornado", vai parecer que a luta pelo título mundial não só se tornou mais dura na pista, como também nos bastidores. Veremos como isto vai acabar...
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