Na Madeira, mandam os madeirenses. Alexandre Camacho foi o grande vencedor do Rali da Madeira, depois de outro madeirense, Miguel Nunes, liderou por parte dela até ter tido problemas no seu carro, obrigando a desistir. Camacho bateu o italiano Giandomenico Basso e no lugar mais baixo do pódio ficou João Silva, na frente do melhor continental, Miguel Campos, que ficou a mais de... dois minutos e 48 segundos do vencedor.
Eis o filme desta prova, que teve alguns estrangeiros a embelezar o campeonato, mas no final os locais triunfaram
DIA 1
A lista de inscritos - 61 carros à partida neste rali da Madeira - tinha alguns nomes sonantes. Desde o francês Stephane Lefebvre, que iria guiar no Citroen DS3 R5 que era de José Pedro Fontes, ainda a recuperar do seu acidente no Rali de Portugal até Giandomenico Basso e o romeno Simone Tempestini, bem com alguns "continentais" como Miguel Campos, Carlos Vieira e Miguel Barbosa, e tudo isso poderia fazer dessa prova uma de grande qualidade.
As coisas começaram logo na quinta-feira à noite com a especial da Avenida do Mar, onde Basso foi o melhor, 0,6 segundos de vantagem sobre Miguel Barbosa e 1,8 segundos sobre João Barros.
O rali arranca no dia seguinte com a primeira passagem pelo Campo de Golfe, onde Alexandre Camacho entrava a matar, no seu Peugeot, conseguindo 9,8 segundos de vantagem sobre Miguel Barbosa e 11,8 segundos sobre Stephane Lefebvre. Basso reagiu vencendo na primeira passagem por Palheiro Ferreiro, com Miguel Nunes 2,5 segundos atrás dele e Miguel Campos (Hyundai) a 6,8 segundos. Basso era agora o líder, 3,3 segundos na frente de Camacho e 16,1 sobre Lefebvre.
Camacho venceu na segunda passagem pelo Campo de Golfe, e Basso na segunda passagem por Palheiro Ferreiro, numa altura em que Lefebvre já tinha desistido com um problema de transmissão no seu DS3 R5. Outro dos estrangeiros, Chewon Lim, no seu Hyundai, perdeu uma roda e teve de abandonar.
Mais para o final do dia, Miguel Nunes entrou a ganhar na primeira passagem por Cidade de Santana, e foi assim nas duas especiais seguintes, terminando a oitava especial na liderança, conseguindo passar Giandomenico Basso. Ambos os pilotos estavam com uma diferença de 0,6 segundos, e Camacho não estava longe, a 6,5 segundos.
Alexandre Camacho venceu na nova especial, a segunda passagem por Ribeiro Frio, empatado com Miguel Nunes, e cada vez mais era um "affaire" a três entre Camacho, Basso e Nunes. João Silva acompanhava-os, mas apenas a 28,4 segundos, e os quatro já tinham por esta altura um minuto e 12 segundos sobre Miguel Campos, o melhor dos Skodas neste rali.
Pela noite, nas passagens por Serragem (Nunes venceu) e Terreiro da Luta (vitória de Basso), o rali acabava o dia com Nunes na frente, com 12,4 segundos sobre Camacho, e Basso era o terceiro, a 21,5 segundos.
DIA 2
O segundo dia começa com a primeira passagem por Camara de Lobos, onde Basso foi o melhor, tirando 0,6 segundos a Alexandre Camacho e três segundos a Miguel Nunes. Camacho respondeu ganhando na Ponta do Sol, 0,1 segundos na frente de Miguel Nunes, controlando a aproximação de Camacho. Mas na 14ª especial, na primeira passagem por Ponta do Pargo, o golpe de teatro, quando Nunes viu o seu Hyundai parar por causa de um disco de travão partido.
No final, o piloto estava inconsolável: “De repente sentimos um estouro dentro do carro, não sabia muito bem o que tinha acontecido, pensávamos inicialmente que seria um furo, porque o pneu também acabou por rebentar, mas não era, foi o cubo da roda que se desintegrou e o disco do travão, por consequência disso tudo, acabou por partir e não havia nada a fazer”, começou por contar.
“É difícil digerir tudo isto, é um murro enorme no estômago sentirmos que tivemos uma grande oportunidade e que alguma coisa nos impediu de chegar lá”, concluiu.
Com isto, Camacho foi ao ataque, vencendo na primeira passagem por Rosário, ganhando 5,8 segundos sobre Basso, e parecia que conseguiria levar a mó de cima nas ultimas especiais. Mas o italiano entrou a matar na segunda passagem por Câmara de Lobos, mas Camacho aguentava-se. Tanto que, quando reagiu na 17ª especial, foi mesmo para resolver tudo, vencendo as últimas três especiais.
No final, o piloto madeirense terminou em beleza ao vencer o rali, terminando com uma vantagem de 15,6 segundos sobre Basso, enquanto que João Silva terminou em terceiro a prova, ficando dois madeirenses no pódio, tal como acontecera no ano passado. Miguel Campos foi quarto e Simone Tempestini conseguiu subir a quinto, passando Miguel Barbosa.
Agora, o Nacional de Ralis volta em setembro, para o rali de Mortágua.
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