O anuncio de ontem da substituição de Daniil Kvyat por Pierre Gasly não era tão surpreendente quanto se pensava, apesar de muitos terem ficado surpreendidos. Como toda a gente sabe, os rumores eram outros, como quase que a esconder os seus verdadeiros propósitos. Mas de uma certa forma, este era um anuncio inevitável, e lembra-nos, mais uma vez, a má politica de usar e deitar fora da Red Bull, sem grandes contemplações para os que não conseguem.
A lista, como sabem, é longa, e quase direi que se contam pelos dedos de uma mão os casos de sucesso: Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo, Max Verstappen e Carlos Sainz Jr. E os que estiveram do lado errado da historia são imensos, e não falo só dos que chegaram à Formula 1. Houve até os que chegaram à Junior Team da Red Bull, ainda estando nas formulas de acesso, como a Formula Renault ou a Formula BMW e foram despedidos sem cerimónia. Já ouviram falar de Lewis Williamson, Beitske Visser, Michel Ammermuller ou Sergio Sette Câmara? Pois é, todos estes estiveram nesse programa e foram despedidos sem cerimónia ao fim de uma temporada.
Mas de uma certa forma, era um despedimento anunciado. Desde que fora rebaixado da Red Bull para a Toro Rosso que o seu destino tinha sido traçado. Os resultados demonstram isso mesmo, tendo conseguido apenas oito pontos desde o GP de Espanha de 2016, para além de uma volta mais rápida. E claro, o filho de Carlos Sainz o derrotou em toda a linha, conseguindo 50 pontos durante esse período (Espanha 2016 a Singapura 2017), o que também ajuda muito neste desfecho.
Apesar de depois terem surgido rumores afirmando que Kvyat poderá até voltar ao cockpit do carro ainda nesta temporada... creio que o seus dias estão contados.
E é, digamos, a Red Bull no seu melhor. Sempre achei que eles podem dar a melhor chance a um piloto de alcançar o seu sonho, mas não medem as consequências. É verdade que sacrificam tudo para alcançar esse sonho, que é caro (lembro bem de Helmut Marko ter dito que ter Carlos Sainz na Formula 1 custou-lhe oito milhões de euros), mas isto não é para fracos de espírito. Sempre achei que todos os pilotos que iriam para ali tinham acabado de assinar um pacto com o Diabo. Bons pilotos viram as suas carreiras arruinadas por causa da máquina trituradora da Red Bull, tentando prosseguir a sua vida noutras categorias. Sebastien Buemi, Jean-Eric Vergne e António Félix da Costa são felizes na Formula E, por exemplo, mas há quem já tenha pendurado o capacete de vez, como Jaime Alguersuari.
Agora resta saber de que material é feito Pierre Gasly. Não é nenhum prodígio, apesar de ter um bom palmarés, e suspeito que seja alguém ao nível de um Vergne ou Buemi, logo, pode ser altamente improvável que suba de divisão para a Red Bull, especialmente quando se fala de rumores de que a firma de bebidas energéticas está a pensar num "phase out" a partir de 2020, quando aparecerem os novos regulamentos. A Toro Rosso está à venda há muito tempo, e poderão convencer a Honda a ficar com a marca, enquanto que já convidaram a Aston Martin a colaborar mais na equipa, provavelmente na ideia de que no final da década, eles fiquem a tomar conta disto como construtores. Ou então, que Christian Horner seja o dono da equipa, em colaboração com ambas as marcas por mais algum tempo.
Mas por agora, o que se fala por aqui é no novo piloto. E como é que o russo vai lidar com mais uma despromoção. É que se no ano passado lidou muito mal com a despromoção para a Toro Rosso, como é que lidará com este afastamento (mesmo que seja temporário ou definitivo) da equipa?
Mas por agora, o que se fala por aqui é no novo piloto. E como é que o russo vai lidar com mais uma despromoção. É que se no ano passado lidou muito mal com a despromoção para a Toro Rosso, como é que lidará com este afastamento (mesmo que seja temporário ou definitivo) da equipa?
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