(...) Em 1968 [Don Nichols], decide regressar aos Estados Unidos e fundou a Advanced Vehicle Systems. A ideia é construir chassis para várias categorias, escolhendo a Can-Am, pelos prémios chorudos que oferecia. Dois anos mais tarde, muda o nome para Shadow Cars e constrói um chassis para a Can-Am, o Mk1, desenhado por Trevor Harris, que seria guiado pelo britânico Vic Elford e pelo americano George Follmer. O carro era conhecido pelo seu baixo centro de gravidade e embora fosse muito veloz, era pouco fiável.
Nos anos seguintes, a Shadow teve mais sucesso na Can-Am, sendo um dos rivais da poderosa McLaren, embora sem vencer corridas. No final de 1972, Nichols, com o apoio a petrolífera UOP (Universal Oil Products) decide dar o salto em frente e ir para a Formula 1. Escolhem como pilotos o americano George Follmer e o britânico Jackie Oliver, com o chassis DN1. No projeto entra também Alan Rees, que tinha fundado dois anos antes a March (era o R da sigla), e em terceiro chassis acaba por ser construído para Graham Hill, que em 1973 decidiu construir a sua própria equipa. O DN1, desenhado por Tony Southgate (ex-BRM) estreado na terceira prova do ano, no GP da África do Sul, em Kyalami, dá-lhes dois pódios – um terceiro lugar para Follmer em Barcelona, outro terceiro lugar para Oliver em Mosport – e deu-lhes nove pontos no total. (...)
Falecido no passado dia 22 de agosto, aos 92 anos de idade, na Califórnia, Don Nichols foi uma pessoa do qual não se sabe muito o que andou a fazer durante parte da sua vida, antes de se aventurar no automobilismo, e quando se perguntava sobre o seu passado, ele acrescentou um pouco mais de mistério, também para apimentar a sua aura. E foi por causa disso que deu o nome de "Shadow" à sua equipa, que começando na Can-Am, passou depois para a Formula 1, conseguindo uma carreira modesta, mas a aproveitar bem o que os anos 70 conseguiram fornecer.
Campeão da Can-Am em 1974, vencedor de um Grande Prémio, a equipa viu passar nomes como George Follmer, Peter Revson, Tom Pryce, Jean-Pierre Jarier, Riccardo Patrese, Alan Jones, Clay Regazzoni e Elio de Angelis, antes de fechar as portas em 1980, depois de 112 Grandes Prémios. E Nichols foi, de uma certa maneira, parte de uma geração de proprietários que, tendo uma vida cheia, coloriram a Formula 1. E é sobre ele e a Shadow que escrevo este mês no Nobres do Grid.
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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...