Sebastien Loeb está de volta a um carro de ralis, testando na Catalunha com o Citroen C3 WRC. O piloto de 43 anos afirmou que se sentiu bem atrás do volante, numa altura em que se fala que o nove vezes campeão do mundo poderá fazer um regresso aos ralis em 2018, com um programa de quatro provas.
Que Loeb ainda demonstra que é capaz de vencer, é verdade, e a melhor demonstração está nos seus pódios alcançados esta temporada no Mundial de rallycross. Contudo, a ideia de um regresso em 2018 estaria na ideia de ajudar a Citroen a melhorar as suas performances, depois do C3 ter demonstrado não ser um carro melhor do que os Ford, Hyundai e Toyota.
Mas ter o veterano por ali é parte de um programa maior. Mais do que ajudar a melhorar as performances do carro, a ideia de ter Loeb por ali faz parte de um plano maior. Especula-se que Yves Matton deseja ter Sebastien Ogier ao volante dos seus carros, o que seria um "regresso do filho pródigo". É que no inicio da carreira, Ogier foi piloto da Junior Team da Peugeot e foi com eles que alcançou a sua primeira vitória no WRC, no Rali de Portugal de 2008.
Contudo, Ogier cresceu demasiadamente rápido para a marca e em 2010, depois de desafiar Loeb em alguns ralis, este decidiu partir a outras paragens, abraçando o desafio da Volkswagen, onde se tornou campeão em quatro temporadas seguidas. Agora, na Ford, Ogier está a ser desafiado por Thierry Neuville numa Hyundai que está a dar tudo para alcançar um inédito título mundial, e o belga provavelmente quererá passar para a história como o piloto que bateu Ogier.
É verdade que as ambições de Loeb nos ralis já foram todas cumpridas, mas regressar para ajudar a sua marca de sempre a voltar às vitórias seria bom. Mas tem de se ver o que a Citroen quer. Caso tenhamos o veterano por ali, tem de se saber quantos carros vai inscrever, e com quem vai partilhar esse carro. Se tiver Ogier e Meeke, vamos supor, quantos mais carros quererá ter, três ou quatro? Se for três, teria de partilhar a condução com Craig Breen e Stephane Lefebvre, mais novos. Mas quer Meeke (39 anos em 2018), quer Ogier (35 anos em 2018) serão mais velhos do que Breen (nascido em 1990) e Lefebvre (nascido em 92) e se veterania pode significar experiência, nem sempre significa vitória, como podemos ver pelos excessos de Meeke...
E como a marca francesa dispensou Andreas Mikkelsen - que vai para a Hyundai - parece que tem as ambições bem altas. Mas ter Loeb como colaborador a tempo parcial até poderá ser contra-producente para a equipa e o WRC. Não que tenha perdido velocidade ou competitividade, mas ter ali um foco poderá prejudicar os que desejam crescer. E ainda não vimos como reagiria Ogier com esta possibilidade, se fosse para a marca do "double chevron", não é?
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