Chegou o dia em que veremos esta corrida pela última vez. Como se sabe, há princípios, meios e fins, e ver uma pista - que até é boa, para "tilkódromo" - despedir-se do calendário da Formula 1, até ficas com um pouco de pena. Mas as circunstâncias mudam, os gostos mudam e o dinheiro, cada vez mais custoso, para manter uma corrida no calendário, falou mais alto. É verdade que no ano que vem, teremos mais corridas na Europa (bem-vindo, Paul Ricard!), mas Sepang nem era dos piores tilkódromos. Só que os piores já está fora do calendário, falidos por causa da veia caçadora de dinheiro de Bernie Ecclestone, que só lhe interessava os dólares, com os resultados que sabemos.
Havia muita expectativa sobre a corrida, especialmente sobre a possibilidade de chuva para a hora da corrida. De facto, choveu antes, e a pista ainda estava molhada na hora da partida, mas nada influiu no resultado, tanto que todos alinharam com os "supersofts", os pneus vermelhos.
A coisa começou muito mal para a Ferrari. Minutos antes, Kimi Raikkonen tinha problemas com o Turbo e retirou-se o carro para as boxes. A volta de formação começava sem o finlandês e para a Ferrari, o pesadelo continuava. Quando começou, Lewis Hamilton manteve-se no comando, com Max Verstappen a aguentar-se dos ataques de Valtteri Bottas. Atrás, Sebastian Vettel subia para a 12ª posição e estava atrás de Fernando Alonso.
Na terceira volta, Hamilton tinha problemas na reta - tinha menos 160 cavalos por causa de um problema com as baterias - o D rating - e Verstappen passou o inglês no final da reta para ficar com a liderança. Ao mesmo tempo, Ricciardo passava Bottas e ficou com o terceiro posto, mas pouco depois, trocaram de lugar. Na volta 9, o australiano passou para o terceiro posto. Atrás, Vettel ficou congelado atrás de Alonso na porta dos pontos, e parecia que iria ficar assim por muito tempo. Mas no final da volta 9, passou Alonso e depois, Magnussen para ser nono, já na zona de pontos.
A partir da volta 12, os pilotos começaram a parar nas boxes, como Felipe Massa, e depois, Lance Stroll, todos mantendo os mesmos pneus vermelhos supermoles para correr. Depois veio o estreante Pierre Gasly, e na volta 14, Stoffel Vandoorne e Jolyon Palmer. Por esta altura, Vettel era sexto na pista, e iria tentar ficar na pista o mais tempo possível.
Enquanto tudo isto acontecia, os céus a volta de Sepang estavam a ficar ameaçadores. Mas nada iira acontecer.
A partir aqui, alguns pilotos decidiram ficar na pista por um pouco mais de tempo, como Vettel, os Mercedes, os Red Bull e Alonso. A diferença entre Hamilton e Vettel, para o campeonato, era de cerca de 23 segundos, e o alemão estava atrás do Force India de Sergio Perez, outro que não tinha parado. O alemão passou Perez na volta 23, para ser quinto, e foi atrás de Bottas. Por esta altura, alguns pilotos já se queixavam da degradação dos pneus.
Na volta 25, Ocon fez um pião e perdeu tempo depois de ter tocado no Toro Rosso de Carlos Sainz Jr quando o tentava passar. Contudo, ele continuou correr. Duas voltas depois, Hamilton foi às boxes para trocar de pneus, mudando para os "soft", e atrás, a mesma coisa acontecia a Alonso. Na volta seguinte, Verstappen e Vettel também foram às boxes trocar de pneus, e todos mantiveram os mesmos pneus vermelhos. Bottas trocou na volta 29, e ficou com o mesmo tipo de pneus que Hamilton, voltando para a pista atrás de Vettel, na sexta posição e mantendo os supersoft. Ricciardo também parou na volta 30, trocando também para os amarelos. Perez foi o último a parar, na volta 31.
Na mesma volta, Carlos Sainz tornava-se na segunda desistência da corrida, quando ficou sem motor no seu Toro Rosso. Na pista, Vettel era agora o quarto classificado, duas posições atrás de Hamilton, minimizando as perdas. A partir daqui, as coisas andaram calmas, exceptuando um ou outro incidente de corrida, como quando Alonso tentou passar Kevin Magnussen de forma musculada, dando depois razão a Nico Hulkenberg sobre a dificuldade do dinamarquês para passar (o famoso suck my balls).
Na parte final da corrida, Vettel conseguiu apanhar Ricciardo para ver se conseguia ficar com o lugar mais baixo do pódio. O alemão tentou por algumas vezes passar o australiano, mas sem efeito. Depois teve de ficar para trás para tentar arrefecer os pneus e o motor... e ficou-se por ali.
Na frente, Max Verstappen comemorava o seu aniversário (comemorado na véspera) com a sua segunda vitória na sua carreira, com Hamilton e Ricciardo a acompanhá-lo no pódio. Vettel era quarto, mais para guardar os seus pneus, mas não manchou a sua corrida de recuperação vinda do fundo do pelotão... e nos metros a seguir à corrida, o alemão toca em Lance Stroll, acabando com a suspensão quebrada! Um momento Vittorio Brambilla, digamos assim...
Contudo, apesar da recuperação de Vettel, Hamilton conseguiu ficar na frente do alemão e ganhou mais alguns pontos no campeonato. Agora, iria sair de Sepang com 34 pontos, o que continua a ser cada vez mais com a chance de ser campeão em Interlagos, e a aproveitar todas as chances onde a Ferrari não consegue aproveitar por azar ou azelhice. O tetra é cada vez mais um assunto de Hamilton. Mas na semana que vêm, temos outro clássico à vista, no Japão.
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