quarta-feira, 11 de abril de 2018

A imagem do dia

Neste dia em que falamos de algo que aconteceu no domingo de Pascoa de 1993, permitam-me que fale de um "herói desconhecido". Chama-se Rubens Barrichello e enquanto as câmaras estavam focadas no seu compatriota Ayrton Senna, que passava Michael Schumacher, Karl Wendlinger, Damon Hill e Alain Prost, ele passava oito carros nessa mesma volta, subindo de 12º para quarto, a bordo de um mero Jordan-Hart.

Se formos ver atentamente os videos da "volta dos deuses" de Senna, especialmente a partir da curva onde passa Prost, podem ver o buraco que existe entre os três primeiros e o quarto classificado, o resto do pelotão, diga-se. E ali, na ponta desse pelotão, podem ver um jovem de 20 anos, no seu terceiro Grande Prémio de uma longa carreira - só sairá da Formula 1 em 2011 - que aproveita o facto de também ser bom à chuva para mostrar serviço. Infelizmente, as câmaras não apanharam essa parte, mas pouco depois, souberam do que tinha feito e também o acompanharam.

Foi uma corrida tão boa como a de Senna, e ainda por cima, tinha um carro inferior a boa parte do pelotão. A Jordan estava no rescaldo da desastrosa temporada de 1992, onde com o motor Yamaha, apenas tinha conseguido um ponto com Stefano Modena na última prova do campeonato, na Austrália. E naquela temporada, o segundo lugar iria ter uma espécie de "aluga-se": Ivan Capelli, desanimado, tinha decidido abandonar a Formula 1, e ele foi buscar o belga Thierry Boutsen, que tinha ficado sem lugar depois de ter corrido nas duas últimas temporadas na Ligier.

A chuva poderia fazer "guerreiros do piso molhado", conseguindo fazer muito com muito pouco. Todos olhavam para Senna, que fazia algo que já tinha feito no Mónaco 84, com o seu Toleman, ou Estoril 85, com o seu Lotus, mas atrás, e até aquela corrida, ninguém sabia quem era Rubens Barrichello. E essa é a verdadeira surpresa, e o verdadeiro feito do piloto brasileiro.

Rubinho andou muito bem. A certa altura, o pódio era uma realidade bem tangível, o que teria sido o primeiro da equipa, e a uma certa altura, começou-se a falar que o feito dele era tão bom como o de Senna, mas sem câmaras a segui-lo. Contudo, no final, a bomba de combustível do seu Jordan cedeu a seis voltas do fim, privando-o de um grande resultado. Na realidade, classificou-se no décimo posto, mas isso não reflete a verdadeira natureza da sua exibição naquela tarde chuvosa de abril.

Contudo, teve tempo para entrar na história da equipa. Ficou na equipa até 1996, dando-lhes os seus primeiros pódios e a sua pole-position, no GP da Bélgica de 1994. 

4 comentários:

  1. Pra mim foi e ainda é um dos melhores pilotos que já passaram na F1! Uma pena que em seu país natal, poucos o valorizam...

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  2. Infelizmente aqui no Brasil só se valoriza os pilotos que ganharam mundiais, e devido aos incidentes na Ferrari fazem piada dele

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  3. Rubinho confessou anos depois que o problema foi pane seca. Por conta da chuva, o controle de tração funcionou mais vezes que o normal, aumentando o consumo de combustível. Uma pena!

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  4. o Rubens não abandonou por problema na bomba de combustível, foi mesmo por falta de combustível como ele afirma neste video https://www.youtube.com/watch?v=-MDz0Qqmrow

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...