No próximo dia 4 de maio será lançado o Brabham BT62, o primeiro carro da Brabham Automotive, e vai praticamente colocar o nome de Jack Brabham de novo na ribalta, setenta anos depois de ele ter começado a sua carreira no automobilismo. Este projeto veio da mente de David Brabham, o filho mais novo de Jack, que sempre quis resgatar o rico património da marca, que existiu na Formula 1 entre 1962 e 1992, conseguindo quatro títulos mundiais de pilotos e dois de construtores.
Ao contrário da Formula 1, Formula 2 e Formula Junior, parece que este carro será para a estrada. Terá um motor V8 de 650 cavalos, e dos sessenta exemplares construídos, 23 já foram vendidos ainda antes de ser oficialmente revelado, ao preço de um milhão de dólares cada um, o que é um feito.
David Brabham espera que isto possa ser o inicio de algo maior, quem sabe, pavimentar o regresso à sua origem, o automobilismo. E é sobre isso que se vai começar a se falar por aqui sobre a marca de "Black Jack", um dos maiores pilotos que a Austrália viu.
Todos os dias, até à data da apresentação, coloco aqui um artigo sobre a história de Jack e da equipa que ergueu. E no segundo episódio, falo da consagração dele como piloto, ao serviço da Cooper, e dos primeiros passos como construtor.
CAMPEÃO DO MUNDO COM MOTOR TRASEIRO
Em 1958, a Cooper começava a vencer, mostrando ao mundo que ter motor atrás do piloto era mais eficaz do que ter o motos à frente, mas tinha sido com os carros inscritos pela Rob Walker Racing, e não a nível oficial. Jack Brabham já guiava oficialmente para eles, mas apenas tinha conseguido um quarto lugar no GP do Mónaco, os primeiros pontos da sua carreira.
No inicio de 1959, a Cooper desenhava o T51, e tinha o motor Climax de 2.5 litros, suficientemente leve para poder andar a par de Ferrari, BRM e Vanwall, entre outros. Brabham tinha desenvolvido o T51 o suficiente para ser uma máquina vencedora. Venceu no Mónaco, depois de bater Stirling Moss, e voltou a vencer em Aintree, palco do GP britânico, depois de ter conseguido três pódios seguidos. Essa regularidade o tinha colocado na frente do campeonato, enquanto na equipa estava outro jovem talento, um neozelandês de 22 anos chamado Bruce McLaren.
As coisas estavam renhidas na última prova do ano, em Sebring, palco do GP americano. Contra Stirling Moss, Brabham fez tudo bem, mas na última volta, um problema de gasolina o fez cair para o quarto lugar, numa corrida ganha por McLaren, mas foi o suficiente para ser campeão do mundo, ao cortar a meta no quarto posto... e a empurrar o seu carro.
As coisas correram mal no inicio da temporada de 1960, com uma desistência na Argentina e uma desclassificação no Mónaco, mas depois venceu cinco corridas seguidas para ser bicampeão do mundo com avanço.
Por esta altura, já queria mais. Queria colaborar mais no design do carro, e chegou a pensar comprar a equipa, em colaboração com Roy Salvadori. O T53, sucessor do T51, teve o seu dedo na ajuda para o seu desenvolvimento, mas John Cooper estava relutante em aceitar os conselhos e as dicas de Brabham para desenvolver o carro. E por esta altura, já Ron Tauranac estava na Grã-Bretanha, preparando carros para a Jack Brabham Motors, a preparadora que ele tinha construído. "Black Jack" já tinha na mente a construção dos seus próprios carros, mas tinha um contrato para cumprir.
Em 1961, havia novos regulamentos, com os motores a cairem para os 1.5 litros. Brabham pessoalmente detestava, e para piorar as coisas, a Climax demorou para entregar os seus motores. Por causa disso, Brabham conseguiu apenas quatro pontos numa temporada dominada pela Ferrari. O seu último grande desempenho foi em Watkins Glen, palco do GP americano, onde fez a pole-position, liderou a fez a volta mais rápida, até desistir com um problema de sobreaquecimento.
Mas nem tudo foi mau. Poucos meses antes, em maio, Brabham levou um Cooper modificado para a IndyCar, com um motor Climax de 2,7 litros e dando pouco menos de 270 cavalos, contra os 430 dos Offenhausers que equipavam os carros com motor à frente. Ele tinha conseguido qualificar o carro na 17ª posição da grelha e acabou no nono lugar, mas chegou a rodar no terceiro posto, suficiente para que se considerasse mudar a posição dos motores. Dali a cinco anos, o pelotão usaria o motor na mesma posição.
Em 1962, liberto de compromissos com a Cooper, pediu a Tauranac para que ajudasse a construir chassis. A era de Brabham, piloto e construtor, chegara.
(continua amanhã)
CAMPEÃO DO MUNDO COM MOTOR TRASEIRO
Em 1958, a Cooper começava a vencer, mostrando ao mundo que ter motor atrás do piloto era mais eficaz do que ter o motos à frente, mas tinha sido com os carros inscritos pela Rob Walker Racing, e não a nível oficial. Jack Brabham já guiava oficialmente para eles, mas apenas tinha conseguido um quarto lugar no GP do Mónaco, os primeiros pontos da sua carreira.
No inicio de 1959, a Cooper desenhava o T51, e tinha o motor Climax de 2.5 litros, suficientemente leve para poder andar a par de Ferrari, BRM e Vanwall, entre outros. Brabham tinha desenvolvido o T51 o suficiente para ser uma máquina vencedora. Venceu no Mónaco, depois de bater Stirling Moss, e voltou a vencer em Aintree, palco do GP britânico, depois de ter conseguido três pódios seguidos. Essa regularidade o tinha colocado na frente do campeonato, enquanto na equipa estava outro jovem talento, um neozelandês de 22 anos chamado Bruce McLaren.
As coisas estavam renhidas na última prova do ano, em Sebring, palco do GP americano. Contra Stirling Moss, Brabham fez tudo bem, mas na última volta, um problema de gasolina o fez cair para o quarto lugar, numa corrida ganha por McLaren, mas foi o suficiente para ser campeão do mundo, ao cortar a meta no quarto posto... e a empurrar o seu carro.
As coisas correram mal no inicio da temporada de 1960, com uma desistência na Argentina e uma desclassificação no Mónaco, mas depois venceu cinco corridas seguidas para ser bicampeão do mundo com avanço.
Por esta altura, já queria mais. Queria colaborar mais no design do carro, e chegou a pensar comprar a equipa, em colaboração com Roy Salvadori. O T53, sucessor do T51, teve o seu dedo na ajuda para o seu desenvolvimento, mas John Cooper estava relutante em aceitar os conselhos e as dicas de Brabham para desenvolver o carro. E por esta altura, já Ron Tauranac estava na Grã-Bretanha, preparando carros para a Jack Brabham Motors, a preparadora que ele tinha construído. "Black Jack" já tinha na mente a construção dos seus próprios carros, mas tinha um contrato para cumprir.
Em 1961, havia novos regulamentos, com os motores a cairem para os 1.5 litros. Brabham pessoalmente detestava, e para piorar as coisas, a Climax demorou para entregar os seus motores. Por causa disso, Brabham conseguiu apenas quatro pontos numa temporada dominada pela Ferrari. O seu último grande desempenho foi em Watkins Glen, palco do GP americano, onde fez a pole-position, liderou a fez a volta mais rápida, até desistir com um problema de sobreaquecimento.
Mas nem tudo foi mau. Poucos meses antes, em maio, Brabham levou um Cooper modificado para a IndyCar, com um motor Climax de 2,7 litros e dando pouco menos de 270 cavalos, contra os 430 dos Offenhausers que equipavam os carros com motor à frente. Ele tinha conseguido qualificar o carro na 17ª posição da grelha e acabou no nono lugar, mas chegou a rodar no terceiro posto, suficiente para que se considerasse mudar a posição dos motores. Dali a cinco anos, o pelotão usaria o motor na mesma posição.
Em 1962, liberto de compromissos com a Cooper, pediu a Tauranac para que ajudasse a construir chassis. A era de Brabham, piloto e construtor, chegara.
(continua amanhã)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...