"O primeiro carro a alcançar os 100 km/hora [era] elétrico. Chamava-se "Jamais Contente" e era guiado pelo piloto belga Camile Jenatzy, em 1899. A ideia de um recorde de velocidade, de um carro que fizesse um troço de um quilómetro, quer parado, quer lançado - ou seja, partindo antes e começar a contar quando o carro estivesse em velocidade de cruzeiro - sempre fascinou o ser humano desde que foi inventado o automóvel. E uma competição entre marcas ou pilotos para ser que máquina ou piloto era o mais veloz sempre atraiu pessoas e marcas. E até países, que sempre viram isso como forma de mostrar que a sua tecnologia era melhor do que a do vizinho.
Hoje em dia, o recorde de velocidade anda pelo "Mach 2", e pode-se dar a volta ao mundo em pouco mais de hora e meia, se for para o espaço. Mas o que é interessante, nestes dias em que o século XXI caminha para o final da sua segunda década, é que nos aproximamos de uma revolução que vai mudar a maneira como encaramos os automóveis. Iremos trocar os carros a combustão interna pelos elétricos, ao mesmo tempo que a condução autónoma nos irá facilitar a vida em termos de trânsito e de propriedade. Há quem preveja até que deixaremos de ser proprietários e usuários exclusivos do nosso automóvel e acabaremos por partilhar um para nosso usufruto profissional.
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Há cerca de uma década, surgiu o Bugatti Veyron, o primeiro supercarro a passar a barreira dos 400 km/hora. Foi o primeiro carro a ter um motor de mil cavalos, com turbo e pneus especiais para aguentar as altas velocidades que ele iria alcançar. Ficou famosa a tentativa de James May, então no Top Gear, de alcançar os 430 km/hora em Ehra-Lessen, o circuito de testes do grupo VAG na Alemanha. E nessa altura, falávamos de um motor a combustão a alcançar o limite.
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No final do ano passado, a Koenigssegg meteu um Agera RS ao estado do Nevada e faz 458 km/hora num troço de estrada fechado ao público, batendo o recorde de velocidade de um veículo de produção. Falamos de um carro com quase 1500 cavalos de potência, um MCI. Mas isso foi feito numa altura em que já se sabia que a Tesla irá lançar o Roadster de segunda geração, que prometem que fará 0-100 em 1,9 segundos, algo quase impossível de alcançar por parte dos supercarros a gasolina. E como sabemos o que fazem os Tesla Model S, imagino o que fará um carro desportivo elétrico.
E [no mês passado, em Genebra], a Rimac lançou o seu Concept Two, que anuncia rendimentos a rondar os 1500 cavalos e uma aceleração de 0-100 em 1,85 segundos. Velocidade quase instantânea, capaz de nos fazer revirar os olhos.
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Creio que isso seria o palco ideal para um carro elétrico mostrar o que vale. Os MCI's estão a chegar ao seu limite, algo que foi visto há mais de 70 anos na aviação, quando se mudou dos motores a pistão, supercomprimidos durante a II Guerra - por causa disso, deu-se o salto dos 750 para os 1500 cavalos - para os motores a jato. Aqui não se passa para o jato, mas anda-se lá perto. Existem vantagens mais do que óbvias em relação ao motor a combustão, quer em termos de torque, quer em termos de peso. Já está mais do que provado que esses carros são deixados para trás, falta ver um desses carros a tentar um recorde de velocidade. Creio até que está aqui a primeira grande oportunidade de tentar quebrar a barreira dos 500 km/hora. (...)
Nos últimos dez anos, pequenas marcas, especializadas em hipercarros, pretendem fazer bólidos com o objetivo de serem os mais velozes do planeta, e claro, venderem isso para os seus clientes. Dizendo melhor, para um nicho daqueles que são capazes de o comprar a fazer sonhar o resto dos comuns mortais. Contudo, essa corrida acontecem em paralelo com o despertar de uma tecnologia que já existe desde o final do século passado, mas que nos últimos 15 anos, começou a ter um despertar. E como a história conta, foram os primeiros a estabelecer um recorde de velocidade. Será que, 120 anos depois, voltarão a detê-lo? Aparentemente, têm tudo a seu favor...
É sobre isso que escrevo na minha crónica mensal no Nobres do Grid.
Nos últimos dez anos, pequenas marcas, especializadas em hipercarros, pretendem fazer bólidos com o objetivo de serem os mais velozes do planeta, e claro, venderem isso para os seus clientes. Dizendo melhor, para um nicho daqueles que são capazes de o comprar a fazer sonhar o resto dos comuns mortais. Contudo, essa corrida acontecem em paralelo com o despertar de uma tecnologia que já existe desde o final do século passado, mas que nos últimos 15 anos, começou a ter um despertar. E como a história conta, foram os primeiros a estabelecer um recorde de velocidade. Será que, 120 anos depois, voltarão a detê-lo? Aparentemente, têm tudo a seu favor...
É sobre isso que escrevo na minha crónica mensal no Nobres do Grid.
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