René Arnoux em ação no GP de Itália de 1983. O piloto francês foi segundo classificado, atrás de Nelson Piquet, o vencedor, mas ele já tinha vencido três corridas nessa temporada: Canadá, Alemanha e Holanda. Mas em Monza, ele tinha alcançado o seu sétimo pódio da temporada, quarto consecutivo, e com a desistência de Alain Prost nessa corrida, tinha ficado a dois pontos da liderança.
Os "tiffosi" foram comemorar na pista, mas fizeram-no ainda com carros a circular. Nigel Mansell, que era sétimo, teve de abrandar para não atropelar alguém, mas não viu que entretanto, Bruno Giacomelli tinha o passado e tirado o lugar, apesar de não contar para os pontos. Furioso, parou o carro e voltou para as boxes... em sentido inverso.
Foi essa a altura que Arnoux esteve mais perto de um título mundial. No dia em que faz 70 anos de idade, é bom recordar esse momento da história, onde esteve tão perto do triunfo, e como caiu tão alto do seu pedestal, para acabar a sair da Scuderia pela porta (muito) pequena, e depois terminar os seus anos no fundo do pelotão, pela Ligier, sendo uma "chicane ambulante".
Arnoux chegou tarde à Formula 1, com quase trinta anos. Foi pela pequena Martini, antes de ir para a Renault, onde lá ficou até 1982. Ficou famoso com a luta em Dijon com Gilles Villeneuve, seu amigo pessoal, e depois com a inimizade com Alain Prost, por causa da "luta de galos" pela liderança da equipa francesa, com os seus motores Turbo. Afinal, fora ele que lhe dera a primeira liderança do campeonato, no inicio de 1980, depois de ter ganho no Brasil e África do Sul, e deu 15 pole-positions à marca do losango, entre 1979 e 82.
Na Ferrari, lidou com outro francês, Patrick Tambay, e o modelo 126C3 parecia ser uma máquina tão boa quanto o BT52 e o Renault RE40. Depois de um impulso inicial de Tambay, o meio da temporada foi fabulosa para Arnoux, com cinco pódios em seis corridas e duelos com Piquet e Prost. E por vezes, quando ambos batiam um contra o outro, como foi na Holanda, Arnoux aproveitava para tirar mais nove pontos à concorrência.
Contudo, a parte final foi madrasta para a Ferrari... e também para a Renault, que viu uma Brabham-BMW poderosa - fala-se de uma gasolina mais "octanada" que o habitual - conseguir o máximo de pontos possíveis e o campeonato de pilotos caiu para o piloto brasileiro. A Arnoux, ficou com o terceiro posto, com 49 pontos, a sua melhor temporada de sempre.
Apesar do final penoso de carreira, os seus resultados merecem relevo. E claro, é altura de celebrar. Joyeux Anniversaire, René!
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