quarta-feira, 25 de julho de 2018

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A Hungria é um mau agoiro para a casa de Maranello. Seja antes ou depois da Formula 1 andar por Budapeste, é uma altura em que há mortes por lá. Sergio Marchionne morre hoje, três dias antes da corrida húngara, mas quase trinta anos antes, poucos dias depois da prova húngara, a 15 de agosto, Enzo Ferrari, o Commendatore, morria aos 90 anos, depois de uma vida dedicada à marca que ajudou a fundar e aproveitou a Formula 1 para expandir o seu nome.

E três anos antes, a 17 de julho, Jules Bianchi, piloto da Marussia, mas com boa parte da carreira feita com o carimbo da Ferrari, desaparecia da vida para dar lugar à História. E poucos dias antes da Formula 1 pisar pé em terras húngaras. E quem se lembra disso, reconhece uma das fotos que coloco aqui, das homenagens ao piloto do carro 17.

Mas nestas coincidências não há um padrão. Ferrari estava velho e debilitado, já tinha 90 anos e o dia-a-dia já começava a ser controlado por outros, como por exemplo o seu filho Piero Lardi. Jules tinha sofrido o seu acidente no ano anterior no Japão, e definhou numa cama de Nice durante nove meses até ao desfecho inevitável. Já Marchionne foi também algo inesperado, uma embolia depois de ter sido operado a um tumor no ombro. Mas de uma certa maneira, parecia que o seu destino estava já decidido: ele era um fumador inveterado, e já tinha desistido de largar o tabaco, dizendo, em jeito de piada, que "iria ser a minha perdição". A piada parece que virou profecia, ele que não gostava de ser profeta em relação à Fiat e ao grupo que conseguiu formar.

Isso quererá dizer que a Ferrari deveria evitar as paragens húngaras, para evitar mais perdas? Claro que não! Aliás, poderá aproveitar a ocasião para ver se vence. Foi o que aconteceu em Monza, um mês depois do desaparecimento do "Comendatore", quando os "tiffosi" viram Ayrton Senna bater no atrasado Jean-Louis Schlesser e entregar numa bandeja de ouro a vitória a Gerhard Berger, que em conjunto com Michele Alboreto, fizeram uma dobradinha, certamente um dos resultados mais inesperados da história da Ferrari e provavelmente da Formula 1. 

Não se prevê o futuro, mas muitos certamente adorariam ver isso.

2 comentários:

  1. Enzo Ferrari morreu no dia 14 de agosto, pré GP da Bélgica, que foi dia 28. O GP da Hungria foi dia 7.

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  2. Creio que não leu esta parte que está no post:

    "A Hungria é um mau agoiro para a casa de Maranello. Seja antes ou depois da Formula 1 andar por Budapeste, é uma altura em que há mortes por lá."

    Sei perfeitamente que o Commendatore morreu uma semana depois do GP húngaro e falo sobre isso. E é essa a ideia que passo.

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